Assim como o pai, Flávio Bolsonaro foi aconselhado a parar de falar
O senador eleito Flávio Bolsonaro tem sido aconselhado a não dar mais detalhes sobre a sua movimentação bancária. Em conversas reservadas, o filho de Jair Bolsonaro foi advertido de que já está diplomado como senador e, portanto, qualquer contradição poderá levá-lo ao Conselho de Ética.
Mentir é um dos motivos de cassações de mandatos. Ele foi lembrado de que Renan Calheiros se complicou ao mostrar recibos para justificar pagamentos no caso Mônica Veloso. Renan renunciou à presidência do Senado e levou 11 anos até ser absolvido.
Um amigo da família Bolsonaro conta que Flávio é considerado o mais ponderado dos filhos. O problema, diz, é o entorno dele. A estratégia da comunicação será mostrar que seguir os mais radicais pode ser um tiro no pé.
A defesa de Fabrício Queiroz analisa ingressar na Justiça para impedir a imprensa de divulgar novos relatórios do Coaf com a movimentação financeira dele. Argumentará que o documento é sigiloso. Queiroz movimentou em 3 anos R$ 7 mi.
Outra estratégia dos defensores do ex-assessor de Flávio Bolsonaro na Alerj é periciar todas as transações suspeitas apontadas pelo Coaf. Em casos de outros clientes, os advogados já encontraram erros na papelada.
De acordo com a resolução 1336/14 do Conselho Federal de Corretores de Imóveis, todas as transações no valor de R$ 100 mil ou mais em dinheiro vivo devem ser comunicadas ao Coaf. O ex-atleta Fábio Guerra diz ter pago a Flávio Bolsonaro R$ 96 mil.
Do Estadão