Bolsonaro em Davos sofre críticas generalizadas na mídia estrangeira

Todos os posts, Últimas notícias

Para o Le Monde, Bolsonaro “se satisfez em fazer o mínimo” e seu discurso “não deve ir para os anais” de Davos. Ficou “se agarrando aos cartões, levados ao palco por auxiliar”, e “escapou das perguntas”.

O Financial Times afirmou que foi uma “aparição breve e controlada”. Que Bolsonaro, “consciente de sua reputação, fez um discurso curto e, quando respondeu perguntas, se agarrou aos cartões”.

O New York Times descreveu o presidente brasileiro como “a face do populismo” em Davos, alguém que copia o americano Donald Trump até na insistência em “vestir casaco de inverno, apesar de falar numa sala aquecida”.

O Wall Street Journal anotou, no meio de texto sobre o ambiente “quieto” no fórum esvaziado, a observação de um ex-vice-secretário do Tesouro dos EUA, sobre Bolsonaro: “Não foi de levantar plateia”.

No Twitter, a avaliação foi menos contida. Sylvie Kauffmann, que escreve no Le Monde e no NYT, falou em “fiasco [flop] de Bolsonaro em Davos”, com “curto discurso de campanha” e “evitando dar respostas concretas”.

Heather Long, do Washington Post, resumiu: “Big fail”, grande fracasso.

O venerando colunista Martin Wolf, no FT, publicou alerta a Davos: “Elites precisam refletir sobre sua responsabilidade pelo ressurgimento de homens-fortes ao redor do mundo”.

Cita novo livro sobre autoritarismo, que identifica duas características na “ascensão dos populistas autoritários”: eles “comem a democracia por dentro” e montam “governo pessoal”, inclusive com promoção de familiares. Diz que ficará “surpreso se Bolsonaro não seguir o caminho” de Filipinas e Hungria, estabelecendo “democracia iliberal, eufemismo para autoritarismo”.

Alertas a “Davos em declínio” também foram publicados por NYT e Washington Post, mas se concentrando no “fracasso das elites em lidar com os maiores problemas mundiais”, sócio-econômicos.

O primeiro destacou carta do bilionário Seth Klarman, investidor americano de referência, afirmando que a dívida soberana próxima de 100% do PIB em grandes economias, EUA e França inclusive, ameaça atingir “ponto de inflexão” e detonar nova crise financeira global.

Divulgado anualmente em Davos, o Barômetro de Confiança Edelman, que pesquisa 33 mil em todo o mundo, apontou “grande salto”, segundo a Reuters, no consumo e compartilhamento de notícias, de 22 pontos (acima).

No destaque do site Axios, “usuários se fiam no jornalismo tradicional em meio ao caos de notícias falsas”.

Em post de Facebook (acima), o deputado federal Eduardo Bolsonaroreproduziu resposta do âncora Boris Casoy à GloboNews —que havia questionado sua entrevista com o irmão de Eduardo, o senador eleito Flávio.

De Casoy: “Bom jornalismo é o que faz as perguntas isentas e imparciais e não o jornalismo inquisitivo que almeja obter respostas que gostaria de ouvir”. Comentou Eduardo: “É hora para a GloboNews fazer uma reflexão… Não generalizo, mas a carapuça desta crítica de Boris Casoy vai servir em muita gente por lá”.

Dias antes, Eduardo e o pai presidente se reuniram com executivos da CNN Brasil, futura concorrente da GloboNews.

Da FSP