Bolsonaro faz Brasil passar vergonha em Davos
Não poderia ter sido pior. A imagem de Bolsonaro almoçando sozinho durante o Fórum Econômico Mundial, contrastando com líderes de países importantes confraternizando juntos, resume a fracassada atuação do líder brasileiro na edição 2019 do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Quem sai perdendo mais, porém, é o Brasil.
Algumas manifestações de jornalistas estrangeiros dão bem o tom de como a imprensa internacional viu o desempenho sofrível de Bolsonaro ao discursar rapidamente (15 minutos) no Fórum Econômico Mundial de 2019 – dificilmente líderes importantes fazem discursos tão rápidos, mas Bolsonaro nada tinha a dizer e precisou, o tempo inteiro, ler em cartões o que ia dizer.
Bolsonaro em Davos:
“Grande fracasso” – Heather Long, Washington Post
“Por que veio?” – Brian Winter, Americas Quarterly
“Não o vejo convidado de novo” – Ben Marlow, Daily Telegraph
“15 min. de generalidades” – Sylvie Kauffmann, LeMonde
“Falou sobre nada” – Thiago Morini, El País
A coluna de Lauro Jardim, em O Globo, bem notou o isolamento do presidente brasileiro em Davos
Segundo a coluna, esse almoço solitário vai “custar caro” ao Brasil em termos de negócios com o exterior. Bolsonaro foi segregado por ser um governante estúpido, ignorante, preconceituoso que vem chocando o mundo com sua verborragia valentona e inconsequente.
Em francês, Sylvie Kauffmann, diretora editorial e colunista do francês Le Monde e colaboradora do NY Times escreveu “Fiasco de Bolsonaro em Davos, incapaz de responder concretamente às questões de Klaus Schwab. 15 min. de generalidades”.
Para Heather Long, do The Washington Post, o discurso do brasileiro foi um “grande fracasso”. “O presidente brasileiro Bolsonaro falou por menos de 15 minutos. Grande fracasso. Ele tinha o mundo inteiro assistindo e sua melhor linha era dizer às pessoas para irem de férias ao Brasil. Bolsonaro é classificado como ‘Trump sul-americano’, mas ele parecia morno”
Para o diário francês Le Monde, Bolsonaro “se satisfez em fazer o mínimo” e seu discurso “não deve ir para os anais” de Davos. Ficou “se agarrando aos cartões, levados ao palco por auxiliar”, e “escapou das perguntas”.
Já o maior jornal do mundo, o The New York Times, pegou pesado: descreveu o presidente brasileiro como “a face do populismo” em Davos, alguém que copia o americano Donald Trump até na insistência em “vestir casaco de inverno, apesar de falar numa sala aquecida”.
Sóbrio, o Wall Street Journal anotou, no meio de texto sobre o ambiente “quieto” no fórum esvaziado, a observação de um ex-vice-secretário do Tesouro dos EUA, sobre Bolsonaro: “Não foi de levantar plateia”.
O venerando colunista Martin Wolf, no Financial Times, publicou alerta a Davos: disse que ficará “surpreso se Bolsonaro não seguir o caminho” de Filipinas e Hungria, estabelecendo “democracia iliberal, eufemismo para autoritarismo”.
Por fim, o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, em Portugal, comentou o desempenho de Bolsonaro, sob os olhos do mundo, em Davos: “Ele mal conseguia falar”, anotou Haddad. Isso porque o presidente brasileiro parecia muito nervoso e tratou de discursar em cerca de ¼ do tempo que outros líderes levam para expor suas propostas.
Bolsonaro fala pouco e lendo cartões preparados por seus assessores para saber o que dizer, pois não tem ideias próprias.
O tiro saiu pela culatra. Alegando que iria dizer ao mundo que “o Brasil mudou”, Bolsonaro passou a mensagem de que se o país mudou foi para muito pior, já que temos um presidente que não tem a menor ideia do que está fazendo e que foge de expor ideias como o diabo foge da cruz simplesmente porque não tem ideias próprias.
Pobre Brasil…
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