Infográfico mostra todos os recuos do desastroso governo de Bolsonaro

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Os recuos do governo Bolsonaro

Após um mês de governo, selecionamos as principais decisões em que o governo Bolsonaro voltou atrás:

Dia 1º- janeiro

Onyx descartou decreto do novo salário mínimo no dia da posse, mas Bolsonaro assinou horas depois

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    No dia da posse de Jair Bolsonaro, seu ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que a assinatura do decreto que fixa o novo valor do salário mínimo ficaria para o dia seguinte, ou talvez dois dias depois. Horas depois, ainda no mesmo dia, Bolsonaro assinou o decreto.

Dia 3- janeiro

Bolsonaro disse que aceitaria discutir instalação de base militar americana no Brasil, mas ministros militares do governo descartaram a hipótese

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    O presidente afirmou, em entrevista ao SBT, que poderia discutir “no futuro” a instalação de uma base militar dos Estados Unidos em território brasileiro. “A questão física pode ser até simbólica, porque hoje em dia o poderio das Forças Armadas americanas, chinesas, russas, alcança o mundo todo, independentemente de base”, ponderou. “Minha aproximação com os Estados Unidos é econômica, mas pode ser bélica também. Podemos discutir esta questão no futuro”.

    Dias depois, dois de seus ministros militares descartaram a ideia. Após uma reunião ministerial, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, disse não haver “nada” sobre o assunto. Já o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, em entrevista ao Valor, disse que a instalação da base não foi nem mesmo debatida com a sua pasta.

Dia 4- janeiro

Bolsonaro anunciou o aumento do IOF, mas Onyx Lorenzoni disse que presidente “se equivocou”

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    Na primeira entrevista coletiva que concedeu após a posse como presidente da República, Jair Bolsonaro afirmou que haveria um aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sem detalhar valores. A mudança no imposto seria uma compensação a prorrogação até 2023 dos incentivos fiscais concedidos às regiões Norte e Nordeste, que o presidente chamou de “pauta-bomba”. Horas depois, foi desmentido por integrantes de sua equipe. O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que o presidente “se equivocou”. O secretário especial da Receita, Marcos Cintra, também refutou o aumento: “Deveria estar provavelmente se referindo a algum outro fato ou alguma outra época ou algum outro debate, não a este que está especificamente relacionado à questão deste benefício fiscal.”

Bolsonaro também anunciou a redução de alíquota do IR. Horas depois, foi desmentido por membros do governo

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    Na mesma entrevista coletiva em que anunciou um aumento do IOF, Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciaria naquele mesmo dia “a possibilidade de diminuir a alíquota do Imposto de Renda”. A alíquota mais alta, hoje de 27,5%, baixaria para 25%.

    Poucas horas depois da fala de Bolsonaro, o secretário especial da Receita, Marcos Cintra, negou a redução do IR dizendo que o assunto está sendo estudado, mas que não haverá mudança imediata. Ele também ressaltou que não é o momento de reduzir a arrecadação, devido ao rombo nas contas públicas.

Dia 8- janeiro

Onyx Lorenzoni anunciou uma “despetização” do governo por meio da exoneração de funcionários em cargos comissionados. Pouco tempo depois, voltou atrás e readmitiu cargos para evitar a paralisação de alguns órgãos

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    Após sua iniciativa de promover a “despetização” da administração federal por meio de demissões em massa, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, renomeou membros da Comissão de Ética Pública exonerados. O motivo: sem 16 dos 17 integrantes da comissão – que analisa ações de agentes públicos -, seus trabalhos ficaram paralisados.

Dia 9- janeiro

Bolsonaro falou em “privatizar ou extinguir” a TV Brasil, parte da estatal EBC. Dias depois, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou que a empresa não seria extinta, mas “racionalizada”

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    Em entrevista à Record um dia depois de ser eleito presidente, Bolsonaro chamou a TV Brasil de “uma TV que tem traço de audiência” que deveria ser extinta ou privatizada. A emissora faz parte da Empresa Brasil de Comunicação, uma estatal criada em 2007, no segundo mandato de Lula na presidência. No dia 9, porém, o ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmou em entrevista ao GLOBO que a empresa não seria extinta, mas “racionalizada”. “A ideia não é acabar. A ideia é aproveitar o máximo que der da estrutura, mas fazer uma racionalização para fazer mais atualizada, mais ágil, sem ideologia, ver quais os princípios que ele vai difundir”, afirmou Santos Cruz.

No edital com mudanças nos critérios para aquisição de livros didáticos, publicado pelo governo, estava o fim da restrição à publicidade nas obras. Uma semana depois, o governo desfez as alterações e atribuiu as mudanças à gestão anterior

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    O governo publicou, no dia 2 de janeiro, edital do Programa Nacional do Livro Didático que retirava a restrição que proibia a presença de publicidade nas obras didáticas. Além disso, o novo texto suprimia o trecho que exigia que a obra estivesse “isenta de erros” e a determinação de “incluir revisões bibliográficas”. O combate à violência contra a mulher e a promoção da cultura quilombola também não estariam mais no documento.

    Depois de fortes críticas às alterações, o governo cancelou o edital. Em nota, o ministério da Educação classificou as mudanças como “erros” e responsabilizou a gestão anterior pelo documento, que teria sido enviado no dia 28 de dezembro.

Dia 10-janeiro

Bolsonaro criticou os termos da proposta de fusão entre a Embraer e a Boeing. Seis dias depois, o presidente autorizou a operação

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    Bolsonaro havia manifestado preocupação com a cláusula que permite à Boeing a compra dos 20% da Embraer no negócio após cinco anos. O governo federal detém participação na empresa brasileira com “golden share”, uma ação de classe especial que permitiria veto à operação. “Seria muito bom essa fusão, mas nós não podemos, como está na última proposta, daqui a cinco anos, todo poder ser repassado para o outro lado. A preocupação nossa é essa. É um patrimônio nosso”, disse no dia 4/1. Seis dias depois, o presidente deu aval ao negócio, no qual a Boeing desembolsará US$ 4,2 bilhões (cerca de R$ 15,5 bilhões) para ficar com 80% da nova empresa. “Ficou claro que a soberania e os interesses da Nação estão preservados. A União não se opõe ao andamento do processo”, afirmou o presidente no Twitter.

Dia 17- janeiro

O governo nomeou para o cargo responsável pela elaboração do Enem um economista ligado ao combate da “doutrinação ideológica”. 24 horas depois, desfez a nomeação

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    O doutor em Economia Murilo Resende Ferreira, de 36 anos, foi escolhido para assumir a Diretoria de Avaliação da Educação Básica no Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Seu nome foi sugerido por movimentos ligados ao combate à chamada “doutrinação ideológica” nas escolas e tem como guru o escritor Olavo de Carvalho. Sua nomeação foi publicada no dia 17 de janeiro. No dia seguinte, a nomeação foi desfeita e Murilo foi alocado em cargo de assessoria no ministério da Educação.

Dia 23- janeiro

Bolsonaro discursou na abertura do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, e tinha agendada uma entrevista coletiva. Em cima da hora, cancelou o evento e gerou perplexidade entre os organizadores

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    O presidente fez seu discurso de seis minutos na abertura do Fórum na segunda (21/1) e tinha agendada uma entrevista coletiva na quarta (23/1) com membros da mídia internacional. Além de Bolsonaro, participariam da entrevista também os ministros Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores). Cerca de 40 minutos antes, porém, a comitiva brasileira cancelou sua participação. Os organizadores do Fórum ficaram sabendo pela imprensa e manifestaram surpresa e perplexidade. Horas depois, no mesmo dia, Bolsonaro concedeu entrevista à Record e argumentou que cancelou o evento pois “não tinha novidade para apresentar para a imprensa” e que tinha recomendações médicas para descansar.

A equipe de transição do governo prometeu que as políticas públicas prioritárias seriam definidas nos dez primeiros dias de 2019. No dia 23, o governo divulgou documentos com as metas, porém sem citar a reforma da Previdência

De O Globo