MEC, fugindo da responsabilidade, diz que edital de livros foi modificado
Durante toda a quarta (9), o corpo técnico do Ministério da Educação rastreou a tramitação do polêmico edital que abria brechas para a distribuição, por exemplo, de livros sem referência bibliográfica nas escolas. Os documentos mostram que o texto que saiu do MEC no dia 28 de dezembro não continha tais alterações. A mudança ocorreu depois que a peça foi enviada, já no FNDE. O episódio está mal explicado até internamente. Há quem defenda a abertura de investigação.
A revelação, feita pela Folha, de que o edital de livros didáticos mexia em temas sensíveis e fazia mudanças tecnicamente reprováveis pegou a equipe do MEC de surpresa. Auxiliares do atual ministro ficaram contrariados. Eles só souberam da mudança na terça (8).
O polêmico edital foi publicado no dia 2. Em nota, mesmo após o resultado da apuração preliminar, a assessoria do MEC atribuiu a autoria do documento à gestão de Michel Temer.
O ex-ministro Rossieli Soares, hoje secretário de Educação de São Paulo, disse que não houve qualquer determinação para as rumorosas alterações. “Os processos instruídos pela Secretaria de Educação Básica estão aí para comprovar isso”, afirmou.
O Painel não conseguiu contato com a assessoria do ministro até o fechamento desta edição. O episódio foi visto como mais um sintoma do desarranjo que acomete a gestão Jair Bolsonaro. Aliados do ministro Ricardo Vélez dizem que ele pode ter escorregado em uma “casca de banana”.
Da FSP