MEC quer militares dirigindo escolas municipais e alunos tratados como soldados

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O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou nesta quinta-feira (17) que a sua pasta apoiará prefeituras interessadas em militarizar a administração de escolas municipais, que ficariam a cargo de PMs ou do Exército.

À Folha, Vélez disse que a experiência tem sido bem-sucedida em Goiás, onde cerca de 50 escolas estaduais são administradas pela PM, que implantou uma disciplina parecida à de quartéis e uniformes militares.

“Em comunidades que pedem apoio administrativo da Polícia Militar, o corpo docente continua o mesmo, a administração acadêmica continua a mesma, e o feedback nas comunidades é positivo. As pessoas, as crianças gostam disso, se sentem confortáveis”, afirmou o ministro, durante visita a Boa Vista para conhecer abrigos para imigrantes venezuelanos.

“Na medida em que as escolas municipais pedirem auxílio, as polícias ou as Forças Armadas da respectiva localidade respondem, e o Ministério dá apoio”, disse.

Vélez afirma que, em regiões mais pobres, esse modelo pode ser implantado por meio do Exército. “Aqui na Amazônia, a presença do Exército tem sido mais firme. Os estados mais pobres não têm capacidade de deslocar a polícia. Mas, em outros estados, como Goiás, tem sido a polícia.”

Questionado se o assunto já havia sido discutido com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), o ministro respondeu: “A proposta é a a seguinte: menos Brasília, mais Brasil. Atender o cidadão do estado e do município. Na medida em que houver pedido, a gente atende.”

A militarização de escolas é uma promessa de campanha de Bolsonaro, que chegou a  prometer que haverá ao menos uma para cada estado.

Da FSP