Presidente do Santander defende reforma da Previdência, mas se aposentou aos 58 anos
O presidente do Santander Brasil, Sérgio Rial, disse que se aposentou pelo INSS neste mês e afirmou que é um dos que contribui para o déficit do sistema. Rial tem 58 anos.
“Eu estou aposentado. Me aposentei, a partir de janeiro. Eu faço parte desse grupo que não ajuda [a reduzir] o déficit”, afirmou a jornalistas nesta quarta-feira (30).
Na terça, o governo divulgou que o rombo da Previdência cresceu 3% em 2018 e atingiu o recorde de R$ 195,2 bilhões.
O déficit tem sido a principal justificativa para uma reforma da Previdência, da qual Rial é defensor. Nesta quarta, o executivo afirmou que as novas regras para a aposentadoria, ao lado do ambiente mais benigno para investimentos, como juros baixos, devem contribuir para o crescimento sustentado do país nos próximos anos.
Pelas propostas em discussão no governo, a idade mínima para aposentadoria será obrigatória e homens só poderão receber o benefício a partir dos 65 anos. A aposentadoria por tempo de contribuição deixaria de existir.
O benefício do INSS é garantido a todos os brasileiros que contribuem para o sistema. Pelas regras atuais, homens trabalhadores do setor privado podem se aposentar após 35 anos de contribuição.
O teto do INSS é de R$ 5.839 neste ano, mas mesmo que Rial tenha contribuído sempre pelo valor máximo, benefício pago pelo governo ao presidente do Santander deve ter sido reduzido pelo fator previdenciário, que pune aposentadorias precoces.
Segundo informações divulgadas pelo próprio Santander à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Rial recebeu R$ 30 milhões em remuneração em 2017, dado mais recente disponível.
O executivo concedeu entrevista para detalhar resultados do banco. O lucro da instituição saltou 25% em 12 meses e fechou 2018 em R$ 12,4 bilhões.
Da FSP