Após demissão de Bebianno, auxiliares de Bolsonaro passaram a deixar os celulares fora das salas de reunião
O clima de desconfiança no Palácio do Planalto diante da crise envolvendo a demissão do ex-ministro Gustavo Bebianno chegou a tal ponto que auxiliares de Jair Bolsonaro passaram a deixar os telefones celulares fora das salas quando se reúnem para tratar do assunto.
Numa das reuniões, na Casa Civil, comandada por Onyx Lorenzoni, até mesmo os generais Augusto Heleno, do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, tiveram que depositar seus aparelhos em uma espécie de bonbonnière.
Uma das versões para a queda de Bebianno é a de que Bolsonaro se sentiu traído porque ele agendou um encontro com Paulo Tonet, vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo Globo. Não seria a primeira vez, no entanto, que o executivo esteve com ministros do núcleo duro do governo.
Desde janeiro, Tonet já se reuniu com os generais Augusto Heleno e Santos Cruz e também com Onyx Lorenzoni. O encontro com Bebianno acabou cancelado.
Bolsonaro foi taxativo ao ser confrontado com a possibilidade, discutida numa reunião, de a crise dificultar a aprovação de mudanças da Previdência: se quiserem acabar com a reforma por causa de Bebianno, que acabem, chegou a dizer.
Num momento de maior raiva, o presidente chegou a mostrar o dedo em riste.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi um dos primeiros a dizer que a reforma ficaria comprometida.
Da FSP