Onyx nomeou mulher do seu chefe de gabinete para cargo no Ministério da Cidadania
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, assinou a nomeação da mulher do seu chefe de gabinete, Marco Rassier Filho, para um cargo de assessora especial no Ministério da Cidadania, no governo de Jair Bolsonaro (PSL).
A indicação de Luciana de Albuquerque foi publicada na quarta-feira (30) no “Diário Oficial da União”, na mesma edição em que seu marido foi oficializado para o posto na Casa Civil.
Antes da nova função, ela atuava como assessora parlamentar no gabinete do deputado federal Washington Coração Valente (PDT-RS), que assumiu como suplente de Lorenzoni na Câmara.
O salário bruto dela em janeiro, segundo o portal da Câmara, foi de R$ 7,8 mil. Como assessora especial do ministro Osmar Terra, ela ocupará cargo comissionado DAS 102.5, que tem remuneração de R$ 13 mil.
Rassier, o marido, atuou durante anos em um cargo de natureza especial no gabinete parlamentar de Lorenzoni. Antes de virar chefe de gabinete dele na Casa Civil, estava lotado na liderança do DEM na Câmara.
Na campanha presidencial, uma das bandeiras de Bolsonaro era o fim da influência política na formação do governo. Nos discursos, ele defendia acabar com privilégios nas indicações na máquina pública.
Procurada pela Folha, a Casa Civil afirmou que todas as nomeações são assinadas por Onyx, mas que o ministro não interferiu no processo, uma vez que é uma indicação de prerrogativa do ministro Terra.
Já o Ministério da Cidadania disse que o currículo de Luciana “atende às necessidades do cargo ao qual ela foi designada”. Segundo a pasta, “não houve ingerência” de Onyx para a nomeação. “O ministro da Cidadania, Osmar Terra, conhecia o trabalho de Luciana desde sua atuação na Câmara dos Deputados”, disse.
No início deste mês, o filho do vice-presidente Hamilton Mourão foi promovido à assessoria especial do presidente do Banco do Brasil.
Com a ascensão no banco público, Rossell Mourão passou a ganhar R$ 36,3 mil, o triplo de seu salário anterior. A nova função equivale a um cargo de executivo.
A cúpula do governo se sentiu, à época, desconfortável e irritada com a promoção. Para integrantes da equipe ministerial, o vice-presidente deveria dar o exemplo e pedir ao filho que abra mão da função.
Da FSP