Senadora do PSL chama de “classe média” quem ganha R$30 mil

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Após reunião com o secretário de Previdência e Trabalho, Rogério Marinho, a bancada do PSL contou aos jornalistas os principais pontos da reforma da Previdência, apresentada nesta quarta-feira (21) pelo governo, que terão resistência na sociedade. Segundo a senadora Juíza Selma Arruda (MT) o principal ponto de preocupação da classe média são as altas alíquotas.

A parlamentar destacou que há alguns pontos que a base aliada do governo federal ainda vai discutir. Selma afirmou, porém, que o Congresso deve ouvir manifestações de classes, como os policiais, as forças armadas e professores.

“Por enquanto ouvimos somente um lado e precisamos ouvir o outro para chegar a uma conclusão. Existe uma diferença de alíquotas de contribuição e me parece que alí vamos ter um certo problema para conseguir administrar”, contou a senadora. “Ao contrário do que se dizia por aí de que o pobre vai penar o rico, quando você tem uma alíquota salarial de R$ 30 mil, você não está falando de rico e sim de classe média. Quando falamos de classe média acredito que pode haver uma certa revolta com relação a essa alíquota”, acrescentou Selma.

Ela também destacou que há várias modificações importantes nas regras, as quais o PSL tem que “tomar pé” antes de entrar nessa discussão com a oposição. “Como são modificações muito técnicas, a explicação foi muito útil e bem didática. Acho que o Senado ainda vai encontrar esse projeto com algumas modificações mas em linhas gerais conseguimos entender a intenção do governo com essa reforma Previdenciária. No que diz respeito ao PSL de governo, o clima é bem favorável”, ponderou a Juíza Selma.

A senadora Soraya Thronicke (MS) ressaltou, porém, que a reforma foi baseada em um “sistema justo e igualitário”. “O rico se aposenta na idade do pobre; quem ganha menos paga menos, então teremos uma equidade”, ressaltou. “Algo muito importante é que parlamentares, servidores públicos, judiciário, todo mundo vai entrar no Regime Geral e vai receber o teto”, avalia a parlamentar.

Congresso
Uma das cotadas para assumir a presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) disse que a reforma deixa “muito claro” que o governo quer cuidar das pessoas mais pobres e que mais necessitam. “São 75% ou mais da população. Então, há corte de privilégios para aquelas pessoas que agora são chamadas a dar a cota de sacrifício”, alegou.

A própria parlamentar se insere no grupo de privilegiados da sociedade. “Como eu: procuradora aposentada”, citou Bia Kicis. “Está na hora do Brasil entender que nós precisamos dessa reforma da nova Previdência, que vai tirar o Brasil da beira do precipício, onde se encontra, e trazê-lo para ser próspero e com empregos”, completou.

A parlamentar destacou também que está absolutamente convencida de que, “com responsabilidade e compromisso”, a reforma será aprovada. “O Congresso pode fazer uma alteração ou outra, contribuir para aprimorar o texto, mas o texto é muito bom”, afirmou Bia Kicis. Segundo ela, as pressões das corporações é um ponto que preocupa, mas que o PSL vai ter que enfrentar.

“A gente sabe que a maior parte da população está sendo beneficiada e acha muito bom, até com redução de alíquotas. Mas tem as pessoas que não vão querer abrir mão de privilégios e vai ter essa pressão. É por isso que nós temos que estar muito consciente do nosso compromisso”, apontou a deputada. Ela citou os servidores da magistratura como um grupo que pode gerar muita pressão.

Além de Bia Kicis, a CCJ é disputada pelos deputados Felipe Francischini (PSL-PR), delegado Marcelo Freitas (PSL-MG) e o coronel Tadeu (PSL-SP).

Do Diário de Pernambuco