Trump defende restrições ao aborto e promete eliminar HIV

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu restrições ao aborto no final da gestação em seu discurso do Estado da União, na noite de terça-feira, citando controvérsias sobre a questão nos Estados de Nova York e da Virgínia.

Com uma linguagem emotiva, Trump se envolveu em um tema que divide a política norte-americana há tempos, apesar de o procedimento ter sido legalizado por um veredicto da Suprema Corte mais de 40 anos atrás.

“Para defender a dignidade de todas as pessoas, estou pedindo ao Congresso para aprovar uma legislação para proibir o aborto no final da gestação de crianças que podem sentir dor no útero da mãe”, disse Trump.

“Vamos trabalhar juntos para criar uma cultura que preza vidas inocentes. Vamos reafirmar uma verdade fundamental: todas as crianças — nascidas e não nascidas — são feitas à imagem sagrada de Deus”.

Saber se um feto sente dor ou não é uma questão que foi abordada nos últimos anos com frequência por críticos do aborto, que pressionam por mais restrições em legislaturas estaduais. Não existe consenso médico sobre o tema.

Graças ao ingresso do juiz Brett Kavanaugh, escolhido por Trump, na Suprema Corte no ano passado, os conservadores têm uma maioria de 5 a 4 no maior tribunal da nação, e por isso os defensores do direito ao aborto temem que o veredicto do caso “Roe versus Wade”, de 1973, seja enfraquecido ou revertido.

Atualmente as leis sobre o aborto no final da gestação variam de Estado para Estado.

Trump criticou uma lei de Nova York aprovada no mês passado que concede grandes proteções ao direito ao aborto, inclusive o aborto no final da gestação quando a saúde da mãe está em perigo.

Em seu discurso, ele disse que os parlamentares do Estado “vibraram de alegria” com a lei, “que permitirá que um bebê seja arrancado do útero da mãe momentos antes do nascimento”.

O presidente republicano também embarcou em uma polêmica implicando o governador da Virgínia, Ralph Northam, repetindo as acusações de seus correligionários de que o democrata Northam postulou o infanticídio ao defender um projeto de lei que teria anulado restrições ao aborto no final da gestação.

Northam disse que seus comentários foram mal interpretados. “Extrapolar em outro sentido é má fé”, disse sua porta-voz, Ofirah Yheskel, na semana passada.

O governador ainda enfrenta outra polêmica a respeito de uma foto racista em um livro de registro de alunos de medicina de 1984, mas rejeitou os pedidos para que renuncie.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se fixou como objetivo nesta terça-feira acabar no prazo de uma década com “a epidemia de HIV” no seu país, e prometeu dedicar fundos governamentais a esse fim e à luta contra o câncer infantil.

“Juntos, acabaremos com a aids nos Estados Unidos e no mundo”, disse Trump durante seu discurso anual sobre o Estado da União diante do Congresso americano.

O presidente americano ressaltou que, “nos últimos anos”, os Estados Unidos fizeram “avanços notáveis na luta contra o HIV e a aids”.

“Os avanços científicos aproximaram o que uma vez foi um sonho distante. A minha proposta de orçamento (para o próximo ano fiscal) pedirá a democratas e republicanos que façamos o compromisso necessário para eliminar a epidemia de HIV no prazo de 10 anos”, antecipou Trump.

O presidente pediu, além disso, que os legisladores se unam a ele na “luta contra o câncer infantil” e destacou a história de uma das suas convidadas ao discurso no Congresso, a menina de dez anos Grace Eline, que acaba de superar um tratamento contra um tumor cerebral.

“Muitos cânceres infantis estão aí há décadas sem que haja novos tratamentos. A minha proposta de orçamento pedirá ao Congresso US$ 500 milhões na próxima década para financiar esta pesquisa crucial, que salvas vidas”, frisou.

Trump garantiu ainda que sua “próxima grande prioridade” legislativa será diminuir os preços dos remédios que requerem receita, e pediu ao Congresso que aprove um projeto de lei a esse respeito.

“É inaceitável que os americanos paguem muito mais que as pessoas em outros países por exatamente os mesmos remédios, frequentemente fabricados no mesmo lugar. Isto está errado, é injusto, e juntos podemos acabar com isso”, destacou.

Em outubro do ano passado, Trump apresentou uma ambiciosa proposta para diminuir os preços de alguns remédios que requerem receita e fazer frente assim ao desequilíbrio entre os custos dos medicamentos no seu país e na Europa.

A iniciativa procura que a agência encarregada do programa federal de seguros médicos subvencionados para idosos, chamado Medicare, possa negociar diretamente com as farmacêuticas os preços de certos remédios, se baseando nos custos que pagam por eles em outras economias industrializadas.

Da Exame