USP decidiu reprovar publicamente as declarações de professor defensor da ditadura e homofóbico
A Faculdade de Direito da USP decidiu reprovar publicamente as declarações de um de seus professores, Eduardo Lobo Gualazzi. Na segunda (25), ele distribuiu um texto aos alunos elogiando a ditadura militar e afirmando, entre outras coisas, que pobres são “minoria do submundo” e LGBTS, “aberração”, além de “tarados e taradas”.
O diretor em exercício da faculdade, Celso Fernandes Campilongo, afirma que a USP “zela pela liberdade de cátedra e expressão” mas repudia “manifestações de discriminação, preconceito, incitação ao ódio e afronta aos Direitos Humanos”.
Num texto enviado à coluna, ele afirma ainda que a USP mantém a tradição “da promoção dos valores da igualdade e da cidadania”.
E segue: “É dever dos docentes, em consonância com a ordem constitucional, enfrentar estereótipos de gênero, raça, cor, etnia, religião, origem, idade, situação econômica e cultural, orientação sexual e identidade de gênero (LGBT), dentre outras, jamais incentivá-los”.
Segundo Campilongo, “a liberdade de cátedra e expressão não pode se traduzir em abuso e desrespeito à diversidade”. Para ele, “o respeito a todos, maiorias ou minorias, é valor inegociável. Vozes que, eventualmente, fujam dessas diretrizes não representam o pensamento prevalecente na Faculdade de Direito e merecem veemente desaprovação”.
O professor Gualazzi não se manifestou sobre a polêmica gerada por suas afirmações depois que elas foram divulgadas pela coluna.
Além de elogiar a ditadura no texto distribuído em sala de aula, Gualazzi fez questão de informar a seus alunos em quem votou em 2018.
O professor votou em Jair Bolsonaro para presidente da República, Major Olympio para senador, Luiz Philippe de Orléans e Bragança para deputado federal e Paulo Skaf para governador de SP no primeiro turno. No segundo, cravou João Doria.
Da FSP