Homicídio cresce 35% em março na cidade de SP

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Ao contrário do que ocorreu no estado e na Grande SP, os homicídios dolosos (intencionais) cresceram 35% em março deste ano na capital paulista. Foram computadas 84 vítimas desse tipo de crime no mês passado, contra as 62 anotadas em março de 2018.

Esses números fazem parte dos dados estatísticos divulgados pela Secretaria da Segurança Pública, na tarde desta quinta-feira (25), o primeiro trimestre da gestão João Doria (PSDB).

A alta dos assassinatos na capital interrompe uma série de quatro quedas seguidas e neutraliza a redução de vítimas acumulada em 2019. A cidade fecha, assim, o primeiro trimestre com 188 vítimas, o mesmo número registrado pela polícia em igual período ano passado.

O aumento no número de homicídios na capital é, porém, um dos poucos dados negativos divulgados pelo governo paulista nesta quinta.

Dos dados estaduais, por exemplo, apenas o número de furtos comuns teve aumento de 16%, indo de 46.716 para 48.381, comparando março com março.

Ainda assim, o desempenho ruim do estado foi puxado pelos índices da capital que teve uma explosão no número de furtos de 49%. Eles saltaram de 15.895 registros para 23.693.

Já os outros indicadores estaduais como homicídios dolosos, latrocínio, estupro, roubo (incluindo cargo, veículo e geral) e furto de veículos tiveram redução.

Os homicídios dolosos no estado caíram 9,6%. Foram de 281 para 254 vítimas, sempre comparando março deste ano com o mesmo mês do ano passado.  No acumulado de três meses, a queda é de 6%, desempenho puxado pelo mês de fevereiro que registrou a menor quantidade de homicídios dolosos no estado, 219 vítimas, desde o início da série histórica de 2002.

Os estupros tiveram uma redução de 13,33% no estado. Caíram de 1.185 registros de março de 2018 para as 1.027 denúncias anotado mês passado. No acumulado do ano, a queda é de 5%.

Segundo o secretário-executivo da Polícia Militar, coronel Alvaro Camilo, a elevação dos homicídios na capital não representa, por ora, uma tendência, mas, uma variação estatística.

“Isso pode representar no futuro uma inversão, mas, a gente acha difícil, porque a taxa continua reduzindo no estado todo. Na capital, nós consideramos um soluço [estatístico]”, disse ele.

“Aconteceu um pico. Houve muita morte entre pessoas conhecidas, de relacionamento interpessoal. Isso pode ter afetado a taxa. E outra: qualquer número agora faz diferença, porque os números são pequenos. Quando eu venho reduzindo o número absoluto, qualquer variação em termos percentuais vai ser gritante”.

Sobre o aumento de furtos no estado, o oficial também considera um “soluço” estatístico em razão do carnaval. “Teve um crescimento que não foi o normal, mas isso se deve a quantidade de blocos de carnaval. Lembrando que o carnaval, no ano passado, foi em fevereiro e, neste ano, foi em março.”

Da FSP