Bate-boca em audiência pública com Moro: “muito amigo de Aécio”, disse Rogério Correia (PT/MG)

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A audiência pública na Comissão de Segurança Pública da Câmara para ouvir o ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, quase teve de ser interrompida para evitar que deputados se agredissem.

A bancada do PT formou um tropa de choque para interpelar Moro, considerado o algoz do partido devido à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os ânimos se exaltaram quando o Rogério Correia (PT-MG) fez críticas a Moro e disse, em tom de crítica, que o ministro era “muito amigo” do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), alvo de diversos inquéritos na Lava Jato.

Deputados da base do governo saíram em defesa de Moro. Houve bate-boca e os deputados quase partiram para a agressão. Ao retomar a palavra, Moro pediu que fosse tratado com “mais cordialidade” e disse que não tinha dificuldade em responder a nenhum questionamento. Apesar disso, ele ignorou as perguntas do deputado petista – que incluiu uma questão envolvendo a investigação sobre o ex-assessor Fabrício Queiroz, ligado à família do presidente Jair Bolsonaro. Antes de começar a audiência, deputados petistas contestaram e reduziram o tempo que Moro teria direito a falar. Inicialmente, o ministro havia pedido para fazer uma apresentação de uma hora. Com a questão de ordem levantada pelo líder do do PT, Paulo Pimenta (SP), o tempo diminuiu para a metade. Coaf Moro rebateu as críticas em relação à permanência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça. Durante a audiência pública, ele disse que não é verdade que o órgão esteja, em todo o mundo, ligado à Pasta econômica. Ele citou exemplos de países em que organismos com as mesmas funções do Coaf estão ligados aos ministérios da Justiça. “O Coaf hoje serve muito mais à população brasileira dentro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, porque nós estamos fortalecendo o órgão, do que no Ministério da Economia”, disse.

A previsão é que a Medida Provisória (MP) 870, que reestruturou a administração do governo Jair Bolsonaro, seja votada nesta quarta-feira na comissão especial que discute o tema. O Centrão articula para impor uma derrota ao ministro e aprovar um destaque para que o Coaf volte para o Ministério da Economia.

De Valor