“Professor é, talvez, o maior defensor da Pátria”, diz Haddad, na Universidade Federal do AM
“Professor não é inimigo, é, talvez, o maior defensor da Pátria, porque vai todos os dias para a sala de aula defender a educação”. Assim o ex-prefeito de São Paulo, ex-ministro da Educação e segundo colocado nas eleições presidenciais de 2018 Fernando Haddad começou sua palestra no Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), na tarde desta quinta-feira (23), onde cumpre agenda da caravana “Lula Livre”.
Pela manhã, Haddad esteve na Moto Honda da Amazônia, conversando com funcionários, e afirmou que estava na cidade para fortalecer o legado do ex-presidente Lula. Depois seguiu para um ato político no Encontro das Águas, onde teceu críticas ao presidente Jair Bolsonaro.
Assistido por centenas de estudantes, professores e simpatizantes dos partidos de esquerda, Haddad, que também é professor universitário, elogiou as manifestações realizadas em todo o Brasil, no último dia 15. Ele também ressaltou a maioria negra e pobre nas universidades federais, e a maioria de mulheres nas pesquisas e programas de extensão das universidades.
Haddad voltou a criticar o presidente Jair Bolsonaro (PSL) e as decisões tomadas por ele nos cinco meses de governo. Ele relembrou ainda o crescente índice de rejeição e disse que os estudantes precisam lutar por seus direitos.
“Colocar o país na mãos de uma pessoas que está desde os 33 anos, quando se aposentou do Exército, sem fazer absolutamente nada, é um grande manobra. Nós temos que estar nas ruas. Sabe quantos estudantes universitários nos tínhamos no golpe de 1964? Pouco mais de 200 mil, hoje vocês são mais de 8 milhões. Ele sabe a força que vocês têm, ele morre de medo da educação e não é respeitável”, afirmou.
Antes de discursar, o professor ganhou cestas de livros e uma obra de um artista plástico amazonense. Ele esteve acompanhado da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, que defendeu a iniciativa de percorrer o País. “A caravana é a força do Lula no País. Ele foi preso porque ia vencer as eleições e o Haddad é o nosso representante porque foi o escolhido por ele”, destacou Gleisi.
Convite para voltar
A coordenadora do evento, Iraildes Caldas, frisou que a Ufam protagonizou muitas lutas e esta é mais uma luta pela qual a universidade está unida. “Primeiro perdemos verba e agora estamos perdendo aquilo pelo o que mais lutamos, que foi a eleição direta para reitor”.
Jandira Ribeiro, estudante do 8° período de História, defendeu a presença de Haddad na universidade.
“Ele, como professor e ex-ministro da Educação, tem muito a falar. Ele também foi candidato à presidência e pode nos passar como funciona realmente essa política, o que a gente, população pobre, negra, quilombola, indígena vai perder. A reforma vai atingir mais o pobre, isso é fato, e é importante a gente ter esse espaço de fala e para que os estudantes comecem a entender como esse processo político está se fazendo, e ele é professor , então acredito que ele tem uma fala muito digna e muito importante para a academia”
Jandira, que também é presidente do Centro Acadêmico de História, entregou um convite a Fernando Haddad para o um evento do curso, marcado para setembro. Manuela D’avila e Guilherme Boulos também serão convidados.
De ACrítica