Maia: Crise com Guedes abre porta para Congresso fazer sua própria reforma da Previdência

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a falar sobre as críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao texto da reforma da Previdência que tramita na comissão especial, sob relatoria do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).

Segundo Maia, que participou de um evento promovido pela BandNews, em São Paulo, as falas de Guedes tiveram o efeito de unir o Congresso e ajudarão a engajar governadores do Nordeste na discussão da reforma. A crise com Guedes, completou Maia, dá oportunidade ao Congresso de fazer sua própria reforma da Previdência.

Maia elogiou também o texto o relatório de Moreira e garantiu que a economia a ser alcançada em dez anos, no caso de aprovação, alcançará R$ 1 trilhão. Ele afirmou que atingirá esse valor a partir de correções que, na sua avaliação, precisam ser feitas no sistema de aposentadoria rural.

O presidente da Câmara também sugeriu a existência de fraudes nesse segmento: “Há distorção na aposentadoria rural”, afirmou. A correção disso, segundo ele, vai gerar economia de R$ 200 bilhões. “Aposentados rurais correspondem a 9%, 10% da população, mas representam 35% dos gastos.”

Maia disse ainda que o projeto de capitalização, proposta do governo excluída no parecer de Moreira, não é o principal problema do país hoje. Ele aproveitou para elogiar a proposta de capitalização do deputado Mauro Benevides (PDT-CE), apresentado no plano de governo do então presidenciável Ciro Gomes (PDT), em 2018.

Maia prevê a votação do parecer de Moreira no dia 26 de junho. Além disso, segundo ele, a comissão para discussão da reforma tributária será instalada no dia 27.

Maia também aproveitou a ocasião e fez duras críticas à forma como o governo Jair Bolsonaro procedeu para afastar os economistas Joaquim Levy e Marcos Barbosa Pinto da presidência e da diretoria de Mercado de Capitais do BNDES, respectivamente. “Foi uma covardia sem precedentes”, afirmou Maia.

Levy entregou no último domingo sua carta de demissão, um dia após o presidente Jair Bolsonaro dizer, durante uma entrevista, que estava “por aqui” com ele e que estava “com a cabeça a prêmio”. Horas depois, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que entendia a irritação do presidente.

Do Valor