Construção civil está irritada com falta de detalhes sobre FGTS
A falta de detalhes sobre como os recursos do FGTS serão liberados sem impactar a área de habitação irritou a construção civil nesta quarta (24). O setor tem dito que o governo se comprometeu a “fechar torneiras” do fundo para evitar que os financiamentos imobiliários sejam afetados.
Uma das soluções ventiladas em Brasília é a devolução de recursos do FI-FGTS (fundo que aplica os recursos do trabalhador em projetos de infraestrutura).
Ainda que seja concretizada, não deve ter efeito a curto prazo, afirma Maria Henriqueta Alves, consultora da Cbic (câmara da construção) e suplente no conselho curador do FGTS. “Cadê o modelo, cadê a simulação? Não apresentaram”, diz ela.
“Não tem como recuperar R$ 42 bilhões [liberação prevista por Paulo Guedes para 2019 e 2020] num curto espaço de tempo se a economia não está ativa”, afirma Henriqueta. “Fora que não é tão simples desinvestir o FI-FGTS. Há operações que não são passíveis de venda imediata”, afirma Henriqueta.
O conselho do FGTS deve se reunir na próxima terça (30). Não há, porém, expectativa de reverter o que já foi anunciado, diz Antonio Ramalho, o Ramalho da Construção, também do conselho.
O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que a medida não afetará os recursos do fundo destinados para financiamentos da construção civil porque, segundo ele, o dinheiro liberado para saques tem origem na correção da má alocação dos recursos do fundo.
Da FSP