PT repudia tentativa de privatizar o monitoramento do desmatamento

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Os deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Nilto Tatto (PT-SP), respectivamente líder da bancada do PT e coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista, assinam nota em defesa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), após o órgão ser alvo das críticas de Jair Bolsonaro.

Confira a íntegra do texto, que manifesta solidariedade aos servidores da autarquia e repudia a possibilidade de privatização do monitoramento do desmatamento.

Nota em defesa do INPE e contra a privatização do monitoramento do desmatamento

A bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados repudia o ataque do presidente Bolsonaro ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e manifesta solidariedade à honrosa reação dos seus servidores – liderada pelo diretor do órgão, Dr. Ricardo Galvão.

Conforme amplamente divulgado pela imprensa, as ameaças e acusações de Bolsonaro se devem ao fato do INPE ter constatado, por meio dos seus sistemas de monitoramento, a disparada do desmatamento da Amazônia nos meses de maio, junho e julho deste ano, alcançando um aumento na ordem de 80% em relação aos mesmos meses do ano passado.

Para Bolsonaro, o INPE estaria divulgando dados “exagerados”, “mentirosos”, “alarmistas” e contribuindo para criar um ambiente do que chama “psicoseambiental”. Além disso, acusou o diretor do órgão de estar “a serviço de alguma ONG”, uma afronta não apenas à integridade ética do dirigente, mas a todo o corpo de servidores do Instituto.

No entanto, essa postura repleta de ignorância, autoritarismo e leviandade extrema não pode encobrir a verdadeira razão da investida contra o INPE, qual seja, a de criar as condições para privatizar o programa de monitoramento das alterações da cobertura vegetal, desenvolvido e operado pelo órgão desde 1988.

O próprio ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, considerado uma espécie de subministro da agricultura – pelo seu alinhamento e submissão aos interesses antiambientalistas dos ruralistas – já expressou essa intenção ao responsabilizar o INPE pela ineficácia do combate ao desmatamento, ao mesmo tempo em que acusou o IBAMA por imprimir uma “fiscalização ideológica” contra o agronegócio.

Na verdade, o desmatamento cresce pela permissividade do atual governo em relação aos ilícitos ambientais, pelo afrouxamento das ações de fiscalização e pela concepção anacrônica do governo que opõe meio ambiente e desenvolvimento.

Toda a solidariedade aos servidores do INPE.

Pelo combate ao desmatamento da Amazônia e demais biomas.

Contra o intervencionismo ideológico e burocrático nas instituições de ensino e pesquisa do país.

Brasília, 26 de julho de 2019.

Dep. Paulo Pimenta (PT-RS)
Líder do PT na Câmara dos Deputados

Dep. Nilto Tatto (PT-SP)
Coordenador da Frente Parlamentar Ambientalista