VÍDEO: ‘Lula preso é símbolo da crise democrática”, diz Boulos
No lançamento do programa de entrevistas de Fernando Haddad na internet, Boulos falou da criminalização dos movimentos sociais, de Lula preso e muito mais.
O papo começou pelos dados biográficos do entrevistado, Boulos (PSOL-SP), um dos coordenadores nacionais do MTST, professor de filosofia, mestrado em psiquiatria, já foi professor na rede pública e leciona em uma escola de especialização.
Crise ética
“Desde cedo abri os olhos para a desigualdade do país. Ela está escancarada. Como as pessoas não se indignam? É o sintoma de uma crise ética. Ver uma criança no semáfaro e uma pessoa jogada na rua sem casa são questões naturalizadas”, disse Guilherme.
O professor de Filosofia contou para Haddad que optou por transferir sua matrícula em uma escola particular para uma escola pública no Ensino Médio, antigo colegial. E dali não parou mais de ver e ouvir a realidade do país, em contato com a maior parte da população de sua cidade e arredores, e com as lideranças dos MST e MTST, que estavam na linha de frente dos movimentos na década de 1980.
A partir de 2002, numa ocupação em Osasco, começou sua militância pelo movimento de moradia.
Democracia interna
Como o movimento funciona na prática e garante a democracia interna?, questionou Haddad. Boulos partiu do preconceito contra as pessoas das ocupações, explicou do desespero e da falta de alternativa de ‘gente que trabalhou a vida inteira e chega aos 70 anos sem conseguir comprar uma casa própria’.
Boulos explicou que organiza essas pessoas e a escolha do terreno ou do edifício a ser ocupado parte de uma longa pesquisa e critérios sérios.
“Nós não vamos invadir a casa de ninguém, mas grandes terrenos abandonados e em situação ilegal. Terrenos que devem milhões e estão apenas servindo a especulação imobiliária”.
O líder explica que é um movimento que prega o cumprimento da lei: as áreas ocupadas não cumprem sua função social e os donos desses terrenos não pagam impostos devidos, devem milhões aos cofres públicos, não cumprem plano diretor da cidade. devem IPTU, e etc.
‘As ocupações vão explodir. As pessoas estão sem alternativa. Bolsonaro significa política de seca habitacional’.
Boulos fala do esvaziamento das políticas públicas, seca de política habitacional, criminalização das lutas sociais e muito mais.
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