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Braço da Odebrecht monitorou ministros do STF

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Uma investigação interna da Braskem, braço petroquímico da Odebrecht, revela que, em 2006, a empresa contratou por R$ 2 milhões o escritório do advogado Nilton Serson, preso na Operação Carbonara Chimica, fase 63 da Lava Jato, para ‘monitoramento/manutenção dos votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal‘.

O documento não cita nomes de magistrados da Corte máxima e não dá detalhes sobre como este item do contrato teria sido cumprido.

Os contratos entre Serson e a Odebrecht, dezoito ao todo, estão sob suspeita de serem ideologicamente falsos, e terem servido somente para formalizar repasses em esquemas de lavagem de dinheiro.

A investigação da Braskem está anexada aos autos e é um dos pilares da Operação Carbonara Chimica, que mira supostos pagamentos de R$ 50 milhões da Odebrecht ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, dos governos Lula e Dilma, como contrapartida para a edição das MPs 470 e 472, o que favoreceria interesses da Braskem.

A Lava Jato suspeita que Serson participou do esquema de operações simuladas de prestação de serviços jurídicos por meio de seu antigo escritório em São Paulo para lavar dinheiro destinado a viabilizar repasses ilícitos a Palocci e a Mantega.

Palocci confessou a prática de ilícitos em delação premiada com a Polícia Federal.

Mantega nega enfaticamente recebimento de valores ilícitos. Seu advogado, o criminalista Fábio Tofic Simantob, indigna-se com a suspeita de que o ex-ministro teria recebido a fortuna da empreiteira.

A investigação da Braskem revela que R$ 78 milhões foram pagos ao escritório de Serson, que é tido como um suposto laranja do ex-chefão jurídico da Odebrecht, Maurício Ferro, cunhado de Marcelo, genro de Emílio, o patriarca.

Na decisão que autorizou a prisão de Serson e de Ferro, o juiz federal Luiz Antonio Bonat afirma que os serviços não foram comprovados.

“A auditoria, porém, concluiu pela inexistência de elementos capazes de evidenciar a efetiva prestação dos serviços pelo escritório de Nilton Serson à Braskem”, anotou o magistrado.

Em depoimento à Polícia Federal, na última quarta, 28, Serson admitiu que recebeu os R$ 78 milhões. Ele disse que ‘pode ter sido’ beneficiário ou procurador de outras contas no exterior. Serson afirmou que atuou como ‘consultor’ de Ferro na área jurídica da Braskem.

Confrontado com informações do funcionário do Setor Jurídico da Braskem Maurício Bezerra, segundo o qual ‘nunca recebeu qualquer parecer elaborado por Nilton Serson’, o advogado disse que ‘não conhece tal pessoa’.

De Estadão