Fernández e Kirchner pedem liberdade de Lula em abaixo-assinado

Todos os posts, Últimas notícias
Foto: Reuters

Diversas lideranças de centro-esquerda da Argentina divulgaram na segunda-feira, 19, um manifesto em defesa da libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Operação Lava Jato há 500 dias. Entre os signatários estão a ex-presidente Cristina Kirchner e o candidato à presidência Alberto Fernández.

Fazem parte do abaixo-assinado também a líder das Avós da Praça de Maio Estela de Carlotto, o ex-ministro da Fazenda de Cristina Axel Kiciloff e o ex-candidato à presidência Sergio Massa, entre outros senadores, deputados, sindicalistas, professores, jornalistas e artistas.

PARA ENTENDER

Guia para entender as prévias da eleição na Argentina

As primárias do país, realizadas no domingo, servem como termômetro para as eleições nacionais, no dia 27 de outubro

Durante a campanha para as primárias, que venceu com uma vantagem de 15 pontos para o presidente Mauricio Macri e o cacifou para eleger-se nas eleições de outubro, Fernández visitou Lula na prisão em Curitiba e defendeu sua libertação.

O ex-presidente, por sua vez, parabenizou Fernández e Cristina Kirchner, candidata a vice, pela vitória nas prévias por meio de suas redes sociais.

Bolsonaro critica volta de ‘bandidos de esquerda’

A proximidade de Fernández com Lula provocou críticas do presidente Jair Bolsonaro, que desde as prévias tem associado o presidente argentino com outras lideranças de esquerda do Brasil e da América Latina, como Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff, os venezuelanos Nicolás Maduro e Hugo Chávez e o ex-líder cubano Fidel Castro.

“Olha o que está acontecendo com a Argentina agora. A Argentina está mergulhando no caos. A Argentina começa a trilhar o rumo da Venezuela, porque, nas primárias, bandidos de esquerda começaram a voltar ao poder”, disse o presidente em Parnaíba, no Piauí, onde participava de cerimônia alusiva a um projeto de irrigação.

Bolsonaro defende a reeleição de Mauricio Macri, apesar de, segundo analistas, o apoio ao presidente argentino não ser bem visto no país vizinho em  consequência das declarações favoráveis à ditadura militar feitas pelo presidente brasileiro. A Argentina viveu entre 1978 e 1983 uma das ditaduras mais violentas do continente, com mais de 30 mil mortos e desaparecidos.

Kirchnerista diz que Bolsonaro é racista, misógino e violento

Fernández respondeu ao presidente brasileiro na semana passada. “Com o Brasil, teremos uma relação esplêndida. O Brasil sempre será nosso principal sócio. Bolsonaro é uma conjuntura na vida do Brasil, como Macri é uma conjuntura na vida da Argentina”, disse Fernández em uma entrevista ao programa “Corea del Centro”, da emissora Net TV.

“Agora, em termos políticos, eu não tenho nada a ver com Bolsonaro. Comemoro enormemente que fale mal de mim. É um racista, um misógino, um violento… O que eu pediria ao presidente Bolsonaro é que deixe Lula livre e pediria que se submeta a eleições com Lula em liberdade”, acrescentou.

Do Estadão