MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO

‘Quer fazer um filme pornô, faça com dinheiro privado’, diz Flávio Bolsonaro

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O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) negou, nesta terça-feira, que o governo tenha a intenção de acabar com a Agência Nacional do Cinema (Ancine). Sem dar detalhes, ele disse que haverá uma “reformulação” do órgão. Segundo ele, não haverá censura, mas “algum tipo de controle”.

— Alguém informou à imprensa que ela (Ancine) seria encerrada, mas isso não vai acontecer. Ela apenas vai sofrer uma reformulação com pessoas que têm, em primeiro lugar, o compromisso com a prestação de contas de cada real do contribuinte que é destinado para essa área.

Flávio completou que “tem certeza de que o contribuinte não quer o seu dinheiro sendo usado para financiamento de filme pornô”.

— Quer fazer um filme pornô, faça com dinheiro privado, não faça com dinheiro do contribuinte. E não há censura por parte do governo — disse.

É importante ressaltar que nem o Fundo Setorial do Audiovisual nem a Lei de Incentivo à Cultura para pornografia.

‘Tem de haver algum tipo de controle’

A declaração foi dada em reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), enquanto os senadores discutiam um projeto que insere iniciativas ligadas à gastronomia entre aquelas que podem captar recursos da Lei de Incentivo à Cultura. O relatório favorável à proposta foi lido, mas a votação adiada.

Ao se dizer favorável à proposta, Flávio fez comentários sobre a reformulação da Ancine.

— Não vai haver censura, não vai haver controle sobre o conteúdo, mas, em se tratando de dinheiro público, é óbvio que tem de haver algum tipo de controle — comentou. — O que acontece hoje é que os recursos são dados para produtores, para as pessoas que realizam esses conteúdos na área do audiovisual, que recebem antecipadamente e não prestam conta de nada.

Em 25 de julho, Jair Bolsonaro disse que dinheiro público não pode bancar “pornografia”, exemplificando com “Bruna Surfistinha” (2011) — filme sobre a trajetória de uma garota de programa que, segundo classificação indicativa do Ministério da Justiça, é permitido para maiores de 16 anos. No mesmo dia, ele acrescentou que está “trabalhando para viabilizar uma reformulação ou extinção da Ancine”.

Segundo Flávio, o governo do pai é “um parceiro do audiovisual”:

— Nós sabemos que é uma indústria bilionária que gera mais de 300 mil empregos em todo o Brasil. Hoje, o orçamento previsto para essa área, via Ancine, é de mais de R$ 700 milhões. Isso retorna em tributos de toda essa indústria que ganha força em todo o mundo, gera muitos empregos.

De OGlobo