Aras comenta Janot: “inaceitáveis as atitudes”
O novo procurador-geral da República, Augusto Aras, divulgou neste sábado (28) uma nota em que, sem citar o ex-procurador-geral Rodrigo Janot, afirma que os “erros de um único ex-procurador não têm o condão de macular” o Ministério Público (MP) e seus membros.
Aras, que assumiu o comando do MP nesta semana após ser nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, disse ainda que a instituição está acima de “eventuais desvios praticados por qualquer um de seus ex-integrantes” e que considera “inaceitáveis as atitudes divulgadas no noticiário a respeito de um de seus antecessores”.
Janot concedeu entrevistas à imprensa nas quais afirmou que, em 2017, entrou armado no Supremo Tribunal Federal (STF) com intenção de matar o ministro Gilmar Mendes e se suicidar em seguida.
Diante da revelação, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou na sexta-feira (27) a suspensão do porte de arma de Janot e o proibiu se aproximar de qualquer ministro da corte. A decisão foi tomada no âmbito do inquérito que apura ofensas e ameaças aos ministros do tribunal.
Moraes também expediu mandados de busca e apreensão que foram cumpridos por policiais federais no apartamento e no escritório de Janot.
No apartamento, a Polícia Federal apreendeu arma e munição. Janot entregou uma arma e três pentes de munição. Depois, os agentes localizaram mais seis caixas de munição nos armários. Ele também entregou celular, tablet e as senhas dos aparelhos.
O ex-procurador-geral preferiu não prestar depoimento na sexta e irá marcar posteriormente horário e local com a Polícia Federal. Um representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foi chamado ao local para acompanhar o fim das buscas – o estatuto da ordem exige que buscas relacionadas a advogados sejam acompanhadas pela entidade.
Em nota, Gilmar Mendes sugeriu “ajuda psiquiátrica” a Rodrigo Janot e pediu “providências” a Alexandre de Moraes, entre as quais a suspensão do porte de arma do ex-procurador-geral.
Leia a íntegra da nota de Augusto Aras:
Nota pública
O Ministério Público Federal é uma instituição que está acima dos eventuais desvios praticados por qualquer um de seus ex-integrantes. O procurador-geral da República, Augusto Aras, considera inaceitáveis as atitudes divulgadas no noticiário a respeito de um de seus antecessores. E afirma confiar no conjunto de seus colegas, homens e mulheres dotados de qualificação técnica e denodo no exercício de sua atividade funcional. Os erros de um único ex-procurador não têm o condão de macular o MP e seus membros. O Ministério Público continuará a cumprir com rigor o seu dever constitucional de guardião da ordem jurídica.
De G1