Alan Santos/PR

Impeachment de Trump avança com investigações

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Os democratas avançaram rapidamente, nesta sexta-feira 27, na investigação de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenando ao secretario de Estado, Mike Pompeo, a entregar documentos relacionados à Ucrânia.

“A recusa em cumprir esse requisito constituirá prova de obstrução à investigação da Câmara”, escreveram os chefes dos comitês de Relações Exteriores, Inteligência e Supervisão Executiva.

Mike Pompeo deve fornecer a documentação antes de 4 de outubro.

Os parlamentares exigem uma lista de todos os funcionários do Departamento de Estado que “participaram, prepararam ou receberam uma transcrição” da ligação telefônica de 25 de julho entre Trump e seu colega ucraniano Volodymyr Zelenski.

O Congresso vai investigar o presidente republicano que, durante sua comunicação, teria pedido ao interlocutor que o ajudasse a obter informações comprometedoras sobre o ex-presidente Joe Biden, um dos favoritos para a candidatura do Partido Democrata nas eleições de 2020.

O informe de um denunciante de Inteligência, que mostra Trump pressionando o presidente da Ucrânia para que investigue seu rival eleitoral Joe Biden, elevou a pressão sobre a Casa Branca.

“Ao se tratar de um tema de segurança tão convincente, [Trump] simplesmente não nos deu outra opção”, disse a presidente da Câmara de Representantes, a democrata Nancy Pelosi, em entrevista à emissora de televisão MSNBC.

“Isso é sobre a segurança nacional do nosso país: o presidente dos Estados Unidos é desleal ao juramento de seu cargo, pondo a segurança nacional em risco, e pondo a integridade das nossas eleições em risco”, completou Pelosi.

Segundo um vídeo divulgado nesta sexta, o presidente Donald Trump chamou de “guerra” sua luta contra os democratas. “Estamos em guerra. Estas pessoas estão doentes”, afirmou Trump, na gravação obtida pela agência Bloomberg.

Nas imagens, Trump sugere que quem vazou informações comprometedoras ao denunciante está “perto de ser um espião”.

Continuou dizendo que com “os espiões e a traição” se costumava lidar “um pouco diferente do que como fazemos agora”.

Embora esse comentário tenha provocado risos na plateia, desde então foi considerado por seus oponentes como uma ameaça velada à segurança do denunciante e às suas fontes.

O vídeo publicado pela Bloomberg contém outros comentários polêmicos de Trump, como classificar Biden como “burro como uma porta” e chamar os jornalistas “animais” e “escória”.

O presidente falava em uma reunião a portas fechadas com diplomatas americanos em Nova York, na quinta-feira, e foi aparentemente filmado por um dos participantes. O encontro aconteceu após a decisão dos congressistas democratas de iniciar o processo de impeachment.

Renúncia do enviado à Ucrânia

O emissário dos Estados Unidos para a Ucrânia, Kurt Volker, renunciou nesta sexta-feira após ser convocado pelo Congresso para depor na investigação que pode resultar no julgamento de impeachment de Trump.

Uma fonte familiarizada com o tema e que pediu para ter sua identidade preservada confirmou a renúncia de Volker, que foi informada primeiramente pelo jornal estudantil da Universidade do Estado do Arizona, onde o diplomata dirige um instituto.

Segundo o denunciante que divulgou as informações sobre o caso de Trump, Volker se reuniu com altos dirigentes ucranianos para saber de que forma fazer chegar as demandas do presidente ao chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Volker é um diplomata veterano com experiência em assuntos europeus, que foi nomeado embaixador da Otan durante o governo George W. Bush.

De VEJA