Itamaraty acusa Bachelet de mentir

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Foto: Fabrice Coffrini/AFP

O Ministério das Relações Exteriores brasileiro emitiu uma nota na noite desta quarta-feira na qual “rejeita firmemente” declarações da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet.

O comunicado diz ter o propósito de “restabelecer os fatos” sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, que seriam, segundo afirma, repetidas vezes tratados “com descaso pela verdade factual por Bachelet”.

A nota se refere a reduções nos índices nacionais de homicídio, sem mencionar o aumento do número de mortes provocadas pela polícia a que Bachelet se referiu na entrevista coletiva em Genebra, e também à política ambiental do governo Bolsonaro, que, afirma, seria alvo de uma “visão equivocada e ideologicamente contaminada” da parte de Bachelet.

A nota sugere ainda que Bachelet deveria se concentrar na questão da Venezuela, “que vive crise humanitária em escala sem precedente, que afeta toda a região”. Bachelet, no entanto, divulgou em julho um relatório em que acusa o regime de Nicolás Maduro de perseguir e torturar opositores, além de denunciar a violência policial no país. O relatório foi contestado por Maduro e usado pelo Grupo de Lima, do qual o Brasil faz parte, para condenar e pedir medidas contra o governo de Caracas.

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O caso iniciou-se com um posicionamento da comissária nesta quarta-feira sobre a democracia e os direitos humanos no Brasil. Perguntada sobre o assunto numa entrevista coletiva em Genebra, a alta comissária da ONU afirmou que houve “uma redução do espaço democrático” no país, uma referência aos ataques de Bolsonaro a ONGs e a universidades e a tentativas do seu governo de extinguir ou esvaziar conselhos consultivos com a participação de representantes da sociedade.

Do Globo.