Juiz que absolveu Lula foi vítima do MPF
O juiz Ali Mazloum passou um sabão na Lava Jato ao rejeitar denúncia contra Lula. Qualificou a peça acusatória de “amontoado de suposições”. Mazloum deve ter se irritado ao ver que o MPF continua o mesmo, pois já foi vítima de sua irresponsabilidade
A Vaza Jato não mostrou, apenas, que a Lava Jato é composta por gente que sofre de complexo de tirania e que decidiu fazer fama e fortuna às custas do ex-presidente Lula. Mostrou, também, que o Ministério Público é um grande problema para o país
Na última segunda-feira (16), reportagem do Intercept/Reinaldo Azevedo demonstrou que a procuradora da República paulista Thaméa Danelon atuou, parceria com Deltan Dallagnol (como não poderia deixar de ser), como ghost writer de um pedido de impeachment do ministro do STF Gilmar Mendes.
Thaméa Danelon é uma figura estranha de nome estranho. O Blog da Cidadania descobriu, pouco antes da publicação desta reportagem, que foi bloqueado pela excêntrica procuradora no Twitter. Quanto a Dallagnol, todos conhecem…
Esses dois, porém, fazem parte de um mecanismo chamado Lava Jato, que faz parte de uma máquina descontrolada chamada Ministério Público federal. Essa engenhoca maluca quis dar uma demonstração de que está acima da República e, em um momento em que sofre acusações de abuso contra o ex-presidente Lula, tentou envolvê-lo em mais uma denúncia sem provas baseada em achismos e ódio: acusou o ex-presidente de conseguir uma “mesada” para o irmão “Frei Chico” paga pela Odebrecht em troca de favores à empreiteira.
A denúncia era inepta (sem provas). No dizer do juiz federal Ali Mazloum, que rejeitou a denúncia da Lava Jato, o documento era “um amontoado de suposições” e nada mais.
Palavras dele
“Nada, absolutamente nada existe nos autos (…) Não seria preciso ter aguçado senso de justiça, bastando de um pouco de bom senso para perceber que a acusação está lastreada em interpretações e um amontoado de suposições”.
Mazloum conhece bem o ministério Público e sua irresponsabilidade. Em 15 de dezembro de 2004, a imprensa divulgava que o STF havia extinguido ação contra Mazloum proposta pelo Ministério Público Federal, que acusara falsamente o juiz por “formação de quadrilha” no âmbito da Operação Anaconda, da Polícia Federal.
Em 2015, o STJ condenou a procuradora da República Janice Ascari a oito meses de prisão por caluniar Mazloum, acusando-o de ter tomado medidas para favorecer o banqueiro Daniel Dantas por ter “interesses comerciais” na decisão que tomou. Uma outra procuradora associou o nome de Mazloum ao de Sadam Hussein, em um evidente ato de xenofobia.
A busca enlouquecida desses procuradores por fama, dinheiro e poder ficou clara para o país. Agora, resta o Brasil decidir como vai impor controle externo ao Ministério Público, que a Vaza Jato mostra que cometeu corrupção sob desculpa de combater essa mesma corrupção.
CONFIRA A REPORTAGEM EM VÍDEO