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“Tabata quer sair como vítima”, diz Lupi

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O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, afirmou que a deputada federal Tabata Amaral “quer sair como vítima” após descumprir estatuto do partido.

Na segunda (14), ela anunciou que entraria com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral para sair da sigla sem perder o mandato.

“Quando alguém se filia a um partido, no mínimo, tem que ler o estatuto e o programa do partido. Tenho a convicção de que ela nunca leu”, afirmou Lupi.

O dirigente disse ainda que a deputada deve assumir a responsabilidade por suas ações. “Se ela quer sair como vítima, vai ter que assumir também que votou com a direita, a favor do governo Bolsonaro. Ela escondeu o voto, foi contra sua própria origem humilde, contra as viúvas e aposentados, que com o tempo vão ver que essa reforma nada mais é do que o massacre dos direitos do trabalhador brasileiro”, disse.

Em entrevista ao programa “Roda Viva”, Tabata afirmou que o “PDT não é mais seu partido” e que virou alvo da direção da sigla desde que votou a favor da reforma da Previdência.

A deputada alega que sofre perseguição política, uma das exceções previstas na lei para que o parlamentar deixe sua legenda fora da janela temporária sem perder o mandato.

Ela e mais sete deputados foram suspensos das representações partidárias pelo comando do PDT e processados por infidelidade.

Além dela, os deputados Flávio Nogueira, Gil Cutrim e Marlon Santos também vão à Justiça pela saída do PDT.

Lupi refuta a tese sustentada por Tábata. “Perseguição política para ela e mais sete? Então para que tem partido? Vamos fazer partidos de aluguéis. Aliás, tem alguns que são, mas nós não”, criticou o dirigente. “Há 40 anos lutamos pela causa do trabalhador, do aposentado, da educação, de um projeto de nação. Muita gente não gosta das nossas teses, das nossas ideias. É um direito. Mas quando a pessoa se filia a um partido político, em tese, deve saber o que representa e o que pensa esse partido”.

No início da semana, Tabata também informou que enviou uma carta a Lupi onde pediu que seu caso fosse julgado. Mas ainda não houve uma definição. Ela ressaltou que o prazo estabelecido pelo partido para chegar a uma decisão sobre sua situação seria de dois meses.

“Já se passaram mais de três meses. Não tenho mais diálogo com o PDT”, disse a deputada.

Lupi confirmou ter recebido a carta, por escrito, assinada por Tábata solicitando a antecipação do julgamento.

A espera, justificou, deve-se ao agendamento da votação sobre a reforma da Previdência no Senado.

“A gente tem que esperar acabar a votação para votar. Como vamos fazer isso enquanto não tiver homologado o processo?, questionou.

PARECER DA COMISSÃO DE ÉTICA

Segundo o dirigente, a Comissão de Ética já examinou o caso e vai apresentar seu parecer no próximo dia 22.

Lupi garantiu que todos os deputados foram avisados e disse que Tábata aproveitou a entrevista para se antecipar e anunciar que ingressaria com uma ação por estar sendo discriminada.

“É interessante apresentar esse arrazoado, porque aí a gente vai saber definitivamente por parte do Supremo o que vale. Se são os documentos, se é o estatuto, o programa, as decisões coletivas do partido ou se o individualismo vai imperar na política brasileira”, disse Lupi.

De acordo com o presidente do PDT, o partido promoveu mais de dez reuniões para debater a questão da previdência e Tábata nunca comunicou que votaria contra a orientação do partido, a não ser no dia da votação.

“Depois de falarem pessoalmente comigo, teve uma reunião com toda a bancada, na qual me humilhei, fiz um apelo quase patético para votarem contra e fazerem emendas, destaques, o que é da função parlamentar. O que não podemos aceitar é que quem pague a conta dentro dessa reforma seja o trabalhador que ganha até três salários mínimos”, contou.

De ÉPOCA