OLIVIER DOULIERY / AFP

Guedes mudará equipe para se manter no cargo

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Quase um ano depois do início do governo Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se prepara para fazer um balanço e uma avaliação da equipe econômica. A análise que o ministro fará junto aos integrantes de seu time pode resultar em mudanças importantes na atual composição do Ministério da Economia, segundo fontes que acompanham as discussões.

Guedes fez uma avaliação de sua equipe com seis meses de governo. E fará uma nova, com um ano de mandato. Com isso, já há expectativa de mudanças dentro do governo.

O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, chegou a dizer a pessoas próximas que pretendia deixar o Ministério da Economia, por motivos pessoais. Com a divulgação da notícia, Mansueto afirmou ao GLOBO que permanecerá nmo governo.

— Não vou sair. Quero ainda melhorar os relatórios do Tesouro e tentar começar um relatório adicional olhando para as contas fiscais mais no médio prazo. Quero ainda tentar resolver a questão do ajuste fiscal dos estados e, mais importante, ajudar o governo aprovar as mudanças estruturais relacionada ao ajuste fiscal — disse ele.

Mansueto é considerado um dos fiadores da agenda de responsabilidade fiscal em curso no governo e participou da elaboração das propostas de reformas apresentadas por Guedes nas últimas semanas.

A avaliação do ministro da Economia pode resultar em mudanças em pelo menos três nomes, os dos secretários especiais Salim Mattar, Marcos Troyjo e Carlos da Costa, de acordo com interlocutores do ministério. O secretário de Desestatização, Salim Mattar, poderia ser substituído, diante de uma avaliação sobre a sua condução do processo de privatizações.

Troyjo, secretário de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais, pode ir para o banco dos Brics — grupo que reúne Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul. Já Carlos da Costa, secretário de Produtividade, poderia ser transferido para o Banco Interamericano (BID).

Outro técnico que está com a situação incerta é o diretor do Departamento de FGTS, Igor Villas Boas de Freitas, que está desgastado dentro do governo por conta da defesa que fez pelo fim do monopólio da Caixa no Fundo.

As mudanças na equipe, porém, ainda não foram definidas. Segundo interlocutores de Guedes, o processo de avaliação ainda não foi concluído e, por isso, não há decisão.

Guedes considera esse processo de avaliação e de eventuais trocas na equipe como naturais. No ministério, ele se comporta como um chefe de uma empresa, dizem pessoas próximas a Guedes. Com isso, ele traça metas e cobra resultados semanalmente de cada integrante da equipe.

No primeiro ano do governo, já houve três trocas importantes dentro da equipe econômica. O ex-presidente do BNDES Joaquim Levy deixou o cargo depois de uma nomeação criticada por Bolsonaro. O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra foi substituído pelo auditor fiscal José Barroso Tostes Neto por conta da sua insistência em ressuscitar um imposto nos moldes da CPMF. E Caio Megale saiu da equipe de Carlos da Costa para integrar a assessoria de Guedes.

OGLOBO