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Movimento na Itália quer barrar avanço da extrema-direita

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Depois de chegar às praças da Bolonha e de Módena , no Norte da Itália , o movimento espontâneo das “sardinhas” contra a Liga , do ex-vice-premier Matteo Salvini , convocou uma série de manifestações para frear os avanços da extrema direita no país.

Fundado por quatro jovens indignados com a linha política de Salvini, que dizem pregar o ódio e a exclusão, o movimento conseguiu, através das redes sociais, reunir em tempo recorde cerca de 15 mil pessoas na praça central da Bolonha, bastião histórico da esquerda. A manifestação aconteceu na quinta-feira da semana passada, ao mesmo tempo em que Salvini abria a campanha eleitoral de sua candidata a governadora, Lucia Borgonzoni, em um comício para 5 mil pessoas no estádio da cidade.

“Este é um movimento espontâneo, formado por um grupo de voluntários. Sem partidos e sem bandeiras”, explicou via Facebook o fotógrafo Paolo Ranzani. “Acreditamos que as ideias divulgadas pela Liga são inaceitáveis”, acrescentou. Em publicação convocando para o ato, organizadores pediram para participantes não levarem bandeiras de partidos, apenas cartazes que representassem sardinhas.

Cantando o hino da resistência antifascista “ Bella Ciao ”, o movimento reuniu mais de 7 mil pessoas na segunda-feira em Módena, que se espremeram como “sardinhas em lata” para protestar contra a campanha de Salvini nas regiões do Norte e desenvolvidas, tradicionalmente de esquerda, nas eleições de 26 de janeiro.

Segundo pesquisas de opinião, a coalizão de direita está crescendo nessas regiões, depois de ter conseguido vitórias históricas nas eleições locais em Úmbria, no Centro, onde a esquerda governava havia meio século. Mesmo fora do poder, Salvini ainda tem alta popularidade.

O líder da Liga assumiu a liderança da coalizão de direita, junto com o Força Itália e o extremista Irmãos da Itália, em 4 de março do ano passado. Sete regiões governadas pelo Partido Democrático, maior força de centro-esquerda do país, realizaram eleições neste período e a coalizão conservadora ganhou todas.

“Mas as sardinhas, como os peixinhos, unidas são fortes e podem se transformar em uma onda enorme, em uma tsunami”, comentou entusiasmado no Facebook um admirador.

“As sardinhas”, transformadas em símbolo dos protestos contra Salvini, convocaram manifestações para os próximos dias em Régio da Emília, Rimini, Parma: as mesmas cidades onde o político planejou comícios.

“Em breve daremos informações para uma bela mobilização de sardinhas em Milão!”, anunciaram “sardinhas” milanesas no Facebook. A data pode ser 30 de novembro ou 1º de dezembro, talvez na Piazza del Duomo , disseram.

A página, chamada Arquipélago das sardinhas, tem objetivo de criar um grupo para coordenar pessoas que se reconhecem dentro dos valores antifascismo.

— Nosso objetivo é criar um eixo entre o Norte e o Sul da península, para podermos nos coordenar — explicou à imprensa a organizadora Susy Iovieno.

Em poucos dias, a página registrou milhares de adesões, sobretudo entre pessoas na casa dos 30 anos.

— Na segunda-feira, éramos 180, hoje alcançamos 36.300 — disse Iovieno.

OGLOBO