Procurador da Lava Jato acusa STF de “salvar ladrões”
Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4
O procurador da República Roberson Pozzobon, que integra a força-tarefa da Lava Jato, disse nesta sexta, 8, que ‘já chovem Habeas Corpus‘, no rastro da decisão do Supremo de negar a possibilidade de prisão após segunda instância.
Irônico, ele postou no Twitter. “O Brasil ganha uma nova expressão idiomática: ‘Feliz como um condenado’”.
Na manhã desta sexta, 8, a defesa do ex-presidente Lula já protocolou o pedido de liberdade do petista com base no entendimento do STF.
Pozzobon comparou a decisão da Corte máxima com o decreto Biondi, ‘que resultou na soltura de todos os investigados da Operação Mãos Limpas’ – operação italiana similar à Lava Jato. “Ele ficou conhecido como decreto ‘salva ladri’ (salva ladrões)”.
O #STF, por maioria de 6 x 5, retrocede ao entendimento de que não é possível a prisão em segunda instância.
E com isso, INFELIZMENTE, o Brasil ganha uma nova expressão idiomática:
“Feliz como um condenado”…
— Roberson Pozzobon (@RHPozzobon) November 8, 2019
Ele escreveu que ‘dias melhores’ virão para o Brasil. “Determinadas decisões, leis e medidas podem até adiar um pouco (às vezes muito), mas jamais impedirão que tais dias cheguem. Sigamos, sem desanimar, que a caminhada é longa e ninguém disse que seria fácil.”
Nesta quinta, 7, o Supremo Tribunal Federal votou por 6 votos a 5 para reformar entendimento de 2016 e considerar inconstitucional a possibilidade de antecipação do cumprimento da pena após a condenação em segunda instância.
ITÁLIA, 13 de julho de 1994: foi editado o decreto Biondi, que resultou na soltura de todos os investigados da Operação Mãos Limpas que estavam detidos preventivamente.
Ele ficou conhecido como decreto “salva ladri” (salva ladrões).
— Roberson Pozzobon (@RHPozzobon) November 8, 2019
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, um dos autores da Ação Direta de Inconstitucionalidade que foi julgada na quinta, disse que ‘direito de defesa e presunção de inocência saem fortalecidos’.
BRASIL, 07 de novembro de 2019: o #STF decidiu por 6 x 5 proibir a prisão por condenação em segunda instância.
Já chovem HC’s de condenados em todo Brasil, inclusive na #LavaJato, postulando aplicação do precedente do Supremo e soltura imediata.
Como o dia ficará conhecido❓
— Roberson Pozzobon (@RHPozzobon) November 8, 2019
Já a força-tarefa da Lava Jato, a qual considera a prisão em segunda instância um pilar de suas ações, considerou que a decisão do Supremo é dissonante com ‘sentimento de repúdio à impunidade’”.
Dias melhores virão, de um Brasil com menos corrupção e impunidade.
Determinadas decisões, leis e medidas podem até adiar um pouco (às vezes muito), mas jamais impedirão que tais dias cheguem.
Sigamos, sem desanimar, que a caminhada é longa e ninguém disse que seria fácil…
— Roberson Pozzobon (@RHPozzobon) November 8, 2019