A farra dos Bolsonaros na Alerj
Foto: Editoria de Arte
A revelação de que havia distribuição de cargos em gabinetes políticos pela família Bolsonaro se deu ainda quando o presidente era deputado federal e aspirava ao Palácio do Planalto, em 2017.
Em dezembro daquele ano, o GLOBO mostrou que Bolsonaro e seus filhos empregaram parentes durante seus mandatos no Legislativo, incluindo a ex-mulher Ana Cristina Valle e dois parentes dela em cargos públicos em seus gabinetes. Ana Cristina Valle, ex de Bolsonaro e mãe de Jair Renan, o quarto filho do presidenciável; a irmã dela, Andrea, e o pai das duas, José Cândido Procópio, ocuparam as vagas a partir de 1998, ano de nascimento de Jair Renan.
Em junho deste ano, revelou que o senador Flávio Bolsonaroempregou nove parentes de Ana Cristina, no período em que foi deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio(Alerj). A maioria deles vive em Resende, no Sul do estado do Rio e todos tiveram o sigilo fiscal e bancário quebrado por decisão do Tribunal de Justiça do Rio e foram alvos na operação de busca e apreensão do Ministério Público nesta quarta-feira.
Dois meses mais tarde, O GLOBO publicou um ambiente digital no qual mostrou que desde 1991, quando o presidente iniciou seu primeiro mandato federal, ele e seus três filhos empregaram mais de uma centena de assessores com laços familiares entre si. Entre todos os funcionários empregados pelo clã, 13% têm indícios de que não trabalhavam.
O mapeamento feito durante três meses se baseou em diários oficiais e com uso da Lei de Acesso à Informação sobre todos os assessores parlamentares da família Bolsonaro identificou 286 pessoas nomeadas nos gabinetes desde 1991.
O primeiro caso que veio à tona é o da família do policial militar da reserva Fabrício Queiroz, ex-assessor que emplacou sete parentes em três gabinetes da família Bolsonaro (Flávio, Carlos e Jair) desde 2006. Uma que não era conhecida até agora é Angela Melo Fernandes Cerqueira, ex-cunhada de Queiroz. Em abril, os oito tiveram o sigilo quebrado em investigação do Ministério Público do Rio (MP-RJ) sobre a prática, na Alerj, de “rachadinha” — apropriação de parte do salário dos funcionários.