“Foi massacre”, diz conselho de direitos humanos
Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana do Estado de São Paulo (Condepe), o advogado Dimitri Sales, chamou a ação da polícia em Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, de “massacre” e de “execução”. Sales criticou a forma como o governador João Doria (PSDB) reagiu à notícia das nove mortes em um baile funk na favela. O Condepe é um órgão vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania, do governo de São Paulo.
Desde a madrugada de domingo, quando houve a ação da polícia e as mortes – de jovens com idades entre 14 e 23 anos -, Sales vem acompanhando o caso e publicando sobre isso no Twitter. Ele denunciou, por exemplo, falhas na perícia dos corpos. Segundo Sales, os peritos não teriam fotografado o corpo das vítimas.
“É inadmissível que o governador João Doria encontre, em meio a tanta dor pelas mortes em Paraisópolis, espaço para continuar a estimular uma política de morte, que desvaloriza a vida de gente preta e pobre e coloca policiais em campo oposto à defesa da população e da segurança cidadã!”, escreveu Sales no Twitter depois de o governador ter afirmado, em entrevista coletiva, que não mudaria a política de repressão a bailes funk. “As ações da PM em Paraisópolis deveriam ser repudiadas com veemência”, prossegiu Sales.
O presidente do Condepe classificou a ação policial como “desastrosa”, “com abuso de autoridade e inaceitável violência policial”. Ele publicou ainda informações sobre os protestos de moradores de Paraisópolis no dia seguinte às mortes. “Um brado ecoa forte pelas ruas: foi execução!”
Defensoria pública
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo anunciou que fará um plantão em Paraisópolis nos próximos dias para das assistência a moradores. O órgão colocou-se à disposição da família das vítimas, para um atendimento individualizado e reservado, em domicílio.