Lava Jato tenta sair das cordas com Lulinha

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Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Estadão Conteúdo

A nova fase da operação Lava Jato, que investiga pagamentos milionários de operadoras de telefonia para um dos filhos do ex-presidente Lula devolve a pressão em cima do petista que havia diminuído após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou sua soltura. Desde então, Lula vinha tentando retomar seu espaço na cena política e até colhido êxitos na estratégia de polarizar com Jair Bolsonaro. Agora, porém, a pressão em torno de negócios no mínimo estranhos de sua família tem o condão de devolver o debate sobre seu nome para as páginas policiais.

Lula insiste na tese de perseguição, mas se a Lava Jato conseguir estabelecer elos sólidos entre os pagamentos da Oi e a compra do sítio de Atibaia, seus argumentos ficarão ainda mais fragilizados. Não deixa de chamar a atenção, porém, que o pedido de prisão de Lulinha foi negado tanto pelo MP quanto pela Justiça, apesar da tentativa da Polícia Federal. Em outras épocas, com a Lava Jato mais forte na opinião pública, ele estaria preso.

Além de Lulinha, a inclusão de gigantes do setor de comunicação, como a Oi e a Vivo, tende a engrossar a operação Lava Jato. Há críticas de que a operação foca nos políticos – até puniu empreiteiros, que acabam se livrando de condenações mais duras após delações premiadas -, mas tem passado a mão na cabeça em empresários e grandes corporações de outros setores igualmente delatados, como também é o caso dos bancos.

Chama a atenção também o fato de que a Lava Jato parece apertar o cerco a seus investigados sempre que é derrota em Cortes superiores ou é alvo de críticas por conta de seus excessos, que existem aos montes. É também uma tentativa de demonstrar força diante dos revezes que aparecem ao longo do caminho. Nos últimos dias, um procurador da Lava Jato afirmou que a operação está longe de acabar e que coisas muito pesadas ainda estão por vir. A entrada das gigantes das teles no alvo é a prova de que ainda há fôlego para que a investigação continue.

O Tempo