Trump é piada entre líderes

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Os líderes do Reino Unido, Canadá, França e Holanda foram flagrados em um vídeo conversando e rindo durante um jantar no Palácio de Buckingham nesta terça-feira 3. Segundo a imprensa mundial, o assunto da conversa era o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

As imagens, gravadas durante o jantar oferecido pela Rainha Elizabeth, anfitriã da reunião de cúpula da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que acontece nos arredores de Londres, foram publicadas no Twitter nesta quarta-feira, 4, pela emissora canadense CBC, em versão editada e com legendas.

 

Na conversa, que ainda é presenciada pelo primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, e pela princesa britânica Anne, o premiê do Reino Unido, Boris Johnson, pergunta, sem se referir a quem: “É por isso que chegou tão tarde?”.

“Chegou tarde porque sua coletiva de imprensa durou 40 minutos”, responde o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, em tom sarcástico, se referindo supostamente ao hábito de Trump de se alongar nas entrevistas. Na terça, o presidente americano participou de uma coletiva com jornalistas que durou 50 minutos.

O francês Emmanuel Macron parece então contar uma piada sobre o encontro, mas vira de costas para a câmera e suas palavras não podem mais ser ouvidas.

“Oh, sim, sim, anunciou…”, reage Trudeau, acrescentando mais tarde na conversa: “Eu vi toda sua equipe boquiaberta”.

Os líderes da Otan se reúnem hoje em um debate sobre o futuro da organização, após terem participado na terça de reuniões bilaterais e atos protocolares no Palácio de Buckingham e na sede do governo do Reino Unido.

A organização enfrenta a cúpula de seu 70º aniversário com críticas da França, as exigências dos Estados Unidos e a ameaça de bloqueio da Turquia, três frentes que testam sua unidade estratégica.

“Não é a primeira vez que a Aliança enfrenta suas diferenças e sempre soube superá-las”, declarou otimista o secretário-geral Jens Stoltenberg, ao chegar para a cúpula de Watford.

A Turquia aparece como o principal obstáculo. “Os turcos estão em uma posição de bloqueio. Não podem fazer a cúpula refém”, disse uma fonte diplomática, referindo-se a um eventual veto da declaração conjunta final e dos acordos de defesa com os países bálticos.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, quer que os aliados reconheçam a milícia curda YPG, contra a qual lançou uma ofensiva no norte da Síria em outubro, como organização “terrorista”. Caso contrário, ameaça vetar as decisões na cúpula.

Mas Emmanuel Macron, muito crítico da ofensiva turca, já alertou que as organizações não devem ser misturadas, especialmente quando a YPG foi aliada dos países ocidentais na luta contra o Estado Islâmico (EI).

Os países bálticos, que temem uma Rússia mais assertiva por seu papel no conflito na Ucrânia desde 2014, reclamaram da possibilidade de se alcançar um compromisso, nas palavras do presidente lituano Gitanas Nauseda.

Stoltenberg expressou sua confiança em conseguir uma “solução” com Erdogan e reiterou que a Otan tem “planos” e “forças” para protegê-los da Rússia de Vladimir Putin, que ontem disse estar disposto a “cooperar” em questões como “terrorismo”.

A Turquia, que também está na mira dos aliados após a compra de um sistema de mísseis da Rússia, foi o principal alvo do presidente francês em uma entrevista polêmica na qual afirmou que a Otan está em estado de “morte cerebral”.

Na quarta, Macron voltou a defender seu posicionamento, afirmando que deveriam abrir um debate sobre a estratégia da Aliança e não apenas sobre “dinheiro”.

A exigência de Washington para que os outros membros da Aliança aumentem seus gastos militares, constantes desde a presidência de Barack Obama, protagonizou as cúpulas em Bruxelas em 2017 e 2018 com Donald Trump.

Stoltenberg tem se esforçado nos últimos dias para convencer Trump de que o Canadá e os aliados europeus cumprem seu compromisso de atingir 2% do PIB nacional em gastos militares até 2024, como prometeram na cúpula de Gales em 2014.

O presidente dos Estados Unidos, primeira potência da Otan e cujas despesas militares nacionais atingiram 3,30% do PIB em 2018, elogiou esses esforços em uma reunião com o secretário-geral da Aliança. Mas, em sua opinião, os processos para aumento nos investimentos estão “morosos”.

Segundo dados da Aliança, apenas nove de seus 29 membros atingiram 2% do PIB este ano em gastos militares, meta prometida para até 2024.

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