Kevin Lamarque/Reuters

Tuíte de Trump barrou negociações de aço

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Reportagem da Folha de SP revela que as negociações sobre futuras exportações de aço do Brasil para os Estados Unidos foram interrompidas depois que o presidente norte-americano, Donald Trump, escreveu no Twitter nesta semana que vai retomar tarifas sobre importações do Brasil e da Argentina, afirmou o presidente do IABr (Instituto Aço Brasil), Marco Polo de Mello Lopes, nesta quinta-feira (5).

Segundo o jornal, Trump surpreendeu aos dois países ao tuítar sobre as importações de aço e alumínio.

O presidente-executivo do IABr, grupo que representa companhias como Usiminas, Gerdau e CSN, teceu fortes críticas à postura do ‘amigo do Bolsonaro’.

“O Trump usou a seção 232 para impor as cotas. Isso é sério, ele não pode acordar de manhã e da cabeça dele mandar um tuíte. Existem procedimentos a serem cumpridos”, afirmou o presidente do IABr a jornalistas, referindo-se ao recurso legal sob o qual o presidente dos Estados Unidos alegou defesa da segurança nacional para proteger a indústria norte-americana produtora de aço.

“Contratos de longo prazo estão sendo cumpridos, mas as negociações com outros clientes estão suspensas. Não tem nada formalizado ainda pelo governo americano, mas os clientes querem saber se o preço vai ter 25% de sobretaxa ou não e sem saber isso não tem como fechar negócio”, disse Lopes.m vendas internas em baixa de 2,3%, para 18,5 milhões de toneladas.

O presidente do IABr também criticou instâncias do governo federal que são contrárias a políticas de estabelecimento de conteúdo local em grandes projetos como na exploração do pré-sal. Segundo a entidade, o setor, que convive atualmente com ocupação de cerca de apenas 65% de sua capacidade instalada, projeta um consumo potencial de 10,7 milhões de toneladas de aço apenas com a carteira de projetos de óleo e gás inscritos no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

“Temos dificuldades muito fortes com o governo sobre questões como conteúdo local, que era defendido no governo passado e agora está um pouco demonizado”, disse Lopes. “O viés liberal do Brasil deixa a gente com preocupação bastante grande porque o mundo assumiu um viés protecionista”, acrescentou.

REDAÇÃO COM INFORMAÇÕES DA FSP