Bolsonaro foi avisado de que Alvim teria “problemas mentais”
Foto: Jorge William / Agência O Globo
Não foi por falta de aviso que Bolsonaro embarcou na canoa furada de Roberto Alvim. Desde que o ex-secretário de Cultura, ainda como diretor da Funarte, resolveu chamar atenção para si xingando Fernanda Montenegro, o experiente político Osmar Terra, ministro da Cidadania e então responsável pela área da Cultura, achou que o moço era um poço de desagregação com sinais de pertubação mental.
Tanto que a resposta de Terra à escolha de Alvim para a secretaria de Cultura foi pedir ao governo que a pasta não ficasse mais sob sua guarda. Previu o terremoto que ocorreu.
Aliás, Bolsonaro, antes de decidir repassar a Cultura a Álvaro Antônio, ministro do Turismo envolvido no escândalo de candidaturas laranjas do PSL, pensou em repassar a turma de Alvim para os braços da pastora Damares Alves, a ministra da Mulher e dos Direitos Humanos, aquela que acha que “não é a política que vai mudar a nação, e sim a igreja”.
A ideia de aportar a turma da Cultura numa secretaria ligada ao próprio Bolsonaro divide o meio artístico, em sua maioria torcendo pelo sucesso de Regina Duarte.
É gente que considera proximidade demais com o presidente — e suas ideias sobre arte — uma faca de dois gumes.