Bolsonaro vê dificuldade em “juiz de garantias”

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Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro, disse há pouco, na primeira transmissão semanal pelo Facebook de 2020, que é difícil a implementação do juiz de garantias, previsto na lei anticrime sancionada por ele no final do ano passado. “Acho difícil implementação do juiz e garantias; o problema está com Judiciário e vai levar anos para decidir isso”, afirmou.

Bolsonaro defendeu a existência do juiz para atuar em investigações criminais antes do oferecimento de denúncias. Ele citou que o próprio ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, contrário ao juiz de garantias, foi assessorado por outros magistrados durante a Lava Jato e afirmou que existem “maus e bons” em todas as profissões para justificar sua posição.

No entanto, o presidente criticou a polêmica sobre ele ter sancionado a lei. “Quando aprovaram o juiz de garantias (no Congresso), ninguém falou. Quando eu resolvi sancionar, apareceram os constitucionalistas e meteram fogo em mim. Sancionei tranquilo do que fiz”.

Na mesma transmissão, disse que acionou os ministros da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para que o País ofereça ajuda à Austrália no combate aos incêndios que atingem regiões daquele país. “O pouco que podemos oferecer, vamos colocar de ajuda para a Austrália.”

No entanto, Bolsonaro não perdeu a oportunidade para retomar as críticas ao presidente da França, Emmanuel Macron, e nem à jovem ativista ambiental sueca, Greta Thunberg. “Está pegando fogo na Austrália e o Macron disse alguma coisa, falou em colocar em dúvida a soberania da Austrália? Aquela menina, pequeninha falou alguma coisa?”, indagou ao secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seifen, que o acompanhava na transmissão.

Macron foi um dos maiores críticos no aumento de desmatamento e o avanço de incêndios na floresta Amazônica em 2019. Já Greta foi chamada de “pirralha” pelo presidente e reagiu com ironia, colocando o termo em sua descrição no Twitter. No final de dezembro, a ativista disse que líderes mundiais que a criticam, como Bolsonaro e o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, “estão aterrorizados com o fato de pessoas jovens provocarem mudanças que eles não querem”.

Estadão