Com atraso, Bolsonaro cria força de proteção à Amazônia
Foto: Mario Franca/O Globo
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta terça-feira a criação da Força Nacional Ambiental, que terá como objetivo proteger a Floresta Amazônica. De acordo com Bolsonaro, o órgão terá funcionamento semelhante ao da Força Nacional de Segurança Pública, composta por policiais militares e civis e por bombeiros, entre outros profissionais de segurança.
Bolsonaro também anunciou a criação do Conselho da Amazônia, que será comandado pelo vice-presidente Hamilton Mourão e que irá coordenar ações de vários ministérios para a “proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da Amazônia”. Mourão irá utilizar a estrutura da própria vice-presidência. O anúncio foi feito em redes sociais.
Ao deixar o Palácio da Alvorada, após uma reunião do Conselho de Governo, Bolsonaro disse que o ministro da Economia, Paulo Guedes, deu “sinal verde” para a criação da força:
— Já falei com o Paulo Guedes, ele deu sinal verde para criá-la — afirmou.
O presidente ainda destacou que não haverá gastos na criação do Conselho da Amazônia:
— Criamos o conselho, sem gastar nada. Quem vai decidir essas questões agora vai ser o general Mourão.
Em sua conta o Twitter, Mourão agradeceu a Bolsonaro pela demonstração de “confiança”. “Agradeço ao presidente @jairbolsonaro a confiança em mim depositada ao incumbir-me da coordenação do Conselho da Amazônia, criado para integrar as ações dos ministérios em prol da proteção, defesa e desenvolvimento sustentável da região. A Selva nos une e a Amazônia nos pertence!”, escreveu.
Depois, em nota, a Vice-Presidência informou que Mourão está “está tomando as providências para emir, nos próximos dias, as diretrizes adequadas a tão importante tarefa para a Amazônia e o Brasil”. O texto diz que a decisão de Bolsonaro de criar o conselho ” denota a excepcional importância que ele concede à Amazônia, não somente à sua preservação, como ao seu desenvolvimento de forma sustentada, beneficiando, em particular, os brasileiros que lá habitam e ao país”.
Já o ministro da Justiça, Sergio Moro, disse, também no Twitter, que a decisão de criar a Força Nacional Ambiental “vem em boa hora” e destacou que a Força Nacional “funciona muito bem”. Moro afirmou que podem fazer parte do efetivo, além de policiais, “fiscais administrativos das agências federais, estaduais e municipais do meio ambiente”.
O meio ambiente foi um dos principais focos de desgaste do primeiro ano de Bolsonaro, principalmente devido ao aumento no desmatamento da Amazônia. Em agosto, o presidente autorizou o emprego das Forças Armadas para realizar uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na floresta. A operação durou dois meses.