Compra e registro de armas explodem no Brasil
Foto: Sputnik / Thiago de Araújo
Justificativa da pauta: Uma das grandes polêmicas do governo Bolsonaro, que gerou fortes reações na sociedade civil e também no Congresso Nacional, a questão da posse e do porte de armas já completa um ano.
Há um ano o presidente assinou decreto que facilita a posse de armas, e neste primeiro ano de governo Bolsonaro o país registrou novas 5 armas por hora. O que significou esse aumento de armas no país? A legislação e o controle de armas chegaram ao seu modelo ideal?
Segundo José Ricardo Rocha Bandeira, comentarista de Segurança Pública e de Criminologia, presidente do Conselho Nacional de Peritos Judiciais, Jair Bolsonaro cumpriu sua meta de campanha, sendo inclusive essa uma das primeiras medidas aprovadas por ele ao assumir a presidência.
“Não temos ainda dados estatísticos para ver se aumentou ou não a criminalidade no país”, afirmou o especialista para Sputnik Brasil. No entanto, para ele, recorrendo a experiência de outros países “mais armas nas mãos de cidadãos de bem não gera aumento da criminalidade”.
O entrevistado acredita que “a população brasileira não está preparada para ter mais armas”, mas defendeu o direito de “cidadãos de bem possuírem armas em suas residências”.
“Sou contrário ao porte de arma, acho que o cidadão de bem não deve andar ostensivamente armado pela rua, mas ele tem todo o direito de ter uma arma em sua residência para defender sua família”.
Dessa forma, o modelo atual “ainda não é o ideal”.
Já para Natália Pollachi, coordenadora de projetos do Instituto Sou da Paz, em São Paulo, o debate sobre o tema nem sempre é feito de forma responsável. Para ela, existe uma grande “insegurança jurídica sobre o tema”, tanto entre as pessoas comuns, como nos próprios órgãos de segurança.
Por outro lado, a especialista está preocupada com o significativo aumento de armas.
“Isso pode trazer um impacto negativo para a segurança pública, por uma série de motivos. A gente está aumentando não só a quantidade de armas em circulação […], mas também a quantidade de munição”, destacou Pollachi.
Ela também reclamou da facilitação para uma pessoa comum ter acesso ao armamento.
“Isso impacta a todos nós, porque a gente pode se ver no meio de um tiroteio”, alertou a coordenadora do Instituto. “Não há base científica, nem estatística, que comprove” que o aumento de armas na população diminua a criminalidade. Na verdade a tendência é contrária.