Coronavírus prejudica economia da China

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Foto: Mark Schiefelbein/AP Photo

O crescimento econômico da China deve ser duramente atingido neste início de ano devido à disseminação do novo coronavírus e esse movimento deve ter forte impacto nas economias de mercados emergentes, como o Brasil, diz Hung Tran, economista associado ao Atlantic Council e ex-diretor-executivo do Instituto Internacional de Finanças (IIF). “Estimo que pelo menos 2 pontos percentuais serão retirados do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China no primeiro trimestre de 2020, sendo parcialmente recuperados somente no fim do ano”, afirma.

Ao Valor, Tran pontua que já nos indicadores referentes a janeiro a perturbação e o impacto negativo na economia chinesa das medidas para conter o avanço do coronavírus devem se tornar mais visíveis.

“Os setores de transporte, turismo, varejo e consumo já sofreram e, como essas atividades são, agora, mais importantes para a economia chinesa do que durante o episódio do SARS há 17 anos, o efeito negativo no PIB será mais substancial”, afirma.
Para o economista, o Brasil, o Chile e economias emergentes na Ásia devem ser as mais atingidas na esteira do menor crescimento chinês. Ele aponta que a China desempenha um papel importante em termos de comércio com países emergentes e nota que “uma desaceleração do crescimento chinês será um contratempo para os emergentes” e para a economia global como um todo, no momento em que os mercados avançados começam a esboçar recuperação no crescimento e em que há uma menor tensão comercial.

O cenário base de Tran, assim, inclui um “vento de cauda” moderado para os mercados emergentes, atrasando uma esperada recuperação nessas economias. Ele, contudo, não descarta um cenário pior. “Se o surto de coronavírus persistir ou se espalhar ainda mais, o impacto negativo na China e nos mercados emergentes seria muito mais grave e, nesse cenário, não pode ser descartado neste momento.”

Valor