MPF denuncia Glenn na Operação Spoofing
Foto: Igo Estrela/Metrópoles
Ministério Público Federal (MPF) denunciou nesta terça-feira (21/01/2020) sete pessoas por invasão de celulares de autoridades brasileiras. A ação ocorre no âmbito da Operação Spoofing e um dos denunciados é o diretor do site The Intercept, Glenn Greenwald. O veículo usou as mensagens para publicar uma série de reportagens, a Vaza Jato.
O atual ministro da Justiça, Sergio Moro, foi um dos alvos das invasões e reportagens, assim como o coordenador da operação Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol.
São apontadas a prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro, bem como as interceptações telefônicas engendradas pelos investigados.
O jornalista Glenn Greenwald foi denunciado, embora não tenha sido investigado nem indiciado pela Polícia Federal. Para o MPF, ficou comprovado que ele auxiliou, incentivou e orientou o grupo criminoso durante o período das invasões.
No que se refere à responsabilização de Glenn, o MPF ressalta que o jornalista não era alvo das investigações. A conduta foi adotada em respeito à medida cautelar proferida pelo ministro Gilmar Mendes, que proibiu apurações sobre a atuação do denunciado. Ocorre que, durante a análise de um computador MacBook apreendido – com autorização da Justiça – na casa de Walter Delgatti, foi encontrado um áudio de um diálogo entre Luiz Molição e Glenn.
A denúncia, assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, relata que a organização criminosa executava crimes cibernéticos por meio de três frentes: fraudes bancárias, invasão de dispositivos informáticos (como, por exemplo, celulares) e lavagem de dinheiro.
A peça não explora os crimes de fraudes bancárias. Nesse sentido, a finalidade ao citá-los é apenas o de caracterizar o objetivo dos envolvidos e explicar as suas ligações. Uma ação penal apresentada posteriormente tratará tais crimes.
As apurações realizadas, na visão do MPF, esclareceram os papéis dos denunciados. Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos atuavam como mentores e líderes do grupo.
Danilo Cristiano Marques era “testa-de-ferro” de Walter, proporcionando meios materiais para que o líder executasse os crimes, segundo o MPF.
Gustavo Henrique Elias Santos era programador, desenvolveu técnicas que permitiram a invasão do Telegram e perpetrava fraudes bancárias.
Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, agia como laranja e “recrutava” nomes para participarem das falcatruas.