MPF insinua que PF acoberta assassinos de indígena
Foto: Reprodução Mídia Índia
O Ministério Público Federal (MPF) devolveu à Polícia Federal (PF) o inquérito que investiga a morte do indígena Paulo Paulino Guajajara e do não indígena Márcio Gleik Moreira Pereira, em 1º de novembro de 2019, durante uma troca de tiros na região da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão.
Segundo o MPF, a devolução aconteceu na última sexta-feira. O motivo é que o inquérito estava incompleto, mas não foram dados mais detalhes. Em nota, a PF afirmou que ainda não teve conhecimento da devolução .
A PF descartou a possibilidade de emboscada ou conflito étnico no assassinato. Segundo a PF, as vítimas foram mortas durante uma troca de tiros, mas não esclareceu as circunstâncias do confronto.
Segundo a Polícia Federal, quatro pessoas foram indiciadas pelas mortes — a corporação não informou quem são elas. O inquérito policial concluiu ainda que a causa do conflito foi uma motocicleta de um dos não-indígenas que havia sido depredada.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou nota de repúdio à conclusão do inquérito. Segundo o Cimi, ao descartar a versão do sobrevivente Laércio Sousa Silva, segundo o qual foi uma emboscada, a PF “desconsidera uma história de mais de 40 anos de conflitos com madeireiros nesse território, ao longo dos quais os indígenas vêm sendo assassinados e tendo seu território destruído sem que nenhum assassino seja punido”.