PSOL pede à Justiça demissão de moleque da Secom

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Foto: Anderson Riedel/PR/Agência Brasil

O PSOL anunciou que vai entrar nesta quinta-feira, 16, com uma Ação Popular na Justiça Federal de Brasília para pedir a revogação da nomeação do Secretário de Comunicação de Bolsonaro, Fábio Wajngarten. A decisão é motivada por reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que apontou que o chefe da Secom recebe dinheiro de emissoras de televisão e de agências de publicidade por meio da FW, empresa em que é sócio.

A ação do PSOL será assinada pelo presidente da sigla, Juliano Medeiros, e pelo líder do partido na Câmara, o deputado Ivan Valente. A peça, diz Medeiros, é sustentada em duas leis: de conflito de interesses e improbidade administrativa.

“Conflito de interesses, porque deveria ter se afastado (da empresa), e não se afastou. E improbidade porque, mesmo sabendo que era ilegal, manteve o vínculo, direcionando recursos públicos a emissoras”, defende Medeiros, a VEJA. “É mais um caso que demonstra que o governo Bolsonaro não é transparente e ético. Torna-lo visível faz parte da luta contra a corrupção”, completa Medeiros. No Twitter, Valente acusou o governo de “incompetência, autoritarismo e ideias absurdas”. “Corrupção também é uma de suas marcas”, acrescentou o líder do PSOL.

Na quarta, Wajngarten se defendeu do conteúdo da reportagem e diz que fica no cargo. “Vou continuar com o apoio do ministro (Luiz Eduardo) Ramos (secretaria do Governo) e do presidente (Jair Bolsonaro), enquanto eles me quiserem aqui. Vou continuar enfrentando grupos monopolistas e poderosos”, afirmou em coletiva de imprensa no Planalto. “Não estou (aqui) para fazer negócios. Estou para transformar a comunicação da Presidência da República com a maior ética possível.” O secretário diz que se afastou das empresas ao aceitar a nomeação.

Segundo a reportagem da Folha, a empresa de Wajngarten recebeu 109 mil reais da Band, em 2019, valor confirmado pela emissora ao jornal. Três agências de publicidade também confirmaram que contratam serviços da FW ao custo de 4.500 reais mensais. As empresas (Artplan, Propeg e Nova/SB) são responsáveis pela publicidade da Caixa Econômica Federal. Ainda segundo o jornal, em agosto do ano passado, Wajngarten prorrogou um contrato da Secom com a Artplan por 12 meses, no valor de 127 milhões de reais.

 

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