Seis deputados estaduais da PB são citados em delação

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Foto: Ministério Público da Paraíba

A ex-procuradora-geral do Estado da Paraíba, Livânia Farias, citou seis deputados estaduais em seu acordo de delação premiada na Operação Calvário, que mira um esquema de fraudes bilionárias em contratos do governo. Segundo ela, eles eram destinatários de supostas propinas decorrentes de um pagamento de R$ 12 milhões.

Presa em março de 2019, quando ocupava a secretaria de Administração do Estado, Livânia fechou firmou acordo de colaboração com o Ministério Público Estadual da Paraíba.

Seu relato foi uma das peças-chave da Operação Juízo Final, que levou à cadeia o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB).

Ela narrou repasses de R$ 4 milhões em espécie ao político. Coutinho foi detido em 20 de dezembro, e solto no dia seguinte, pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Napoleão Nunes.

Livânia também menciona supostos repasses de R$ 2 milhões ao deputado federal Efraim Filho (DEM), em troca do apoio à reeleição de Coutinho em 2014.

Em outro anexo, menciona um suposto acordo envolvendo pagamentos de R$ 1 milhão a fornecedores em contratos da extinta Empresa Paraibana de Serviços Agrícolas (Empasa) a fornecedores, que teria envolvido tratativas com o deputado federal Hugo Motta (Republicanos) e seu pai, o deputado estadual Nabor Wanderley.

Um dos anexos da delação de Livânia trata sobre o suplente de deputado estadual Arthurzinho, e seu pai, o conselheiro de Contas Arthur Cunha Lima – afastado no âmbito da Calvário, junto do conselheiro Nominando Diniz.

No mesmo termo, são mencionados Edmilson Soares (Podemos), Tião Gomes (Avante), Branco Mendes (Podemos), Genival Matias (Avante) e Lindolfo Pires (Podemos).

“Que Marcos Nunes é o nome do empresário que tinha essa empresa e foi feito o seguinte: era um produto que o valor daria mais de R$12.000.000,00 (doze milhões de reais); QUE seria R$4.000.000,00 (quatro milhões de reais) de onde seria tirado um percentual; QUE em conversa com o empresário seria passado 25% para Arthurzinho e o restante dos R$8.000.000,00 (oito milhões de reais), se passaria R$1.600.000,000 (um milhão e seiscentos mil reais) para Edmilson Soares para que fosse dividido com os deputados que estavam com ele”, consta no termo de colaboração.

Segundo Livânia, o ‘governador autorizou e determinou que o valor fosse dividido entre os deputados e não ficasse apenas com Edmilson; QUE os deputados são Lindolfo Pires, Tião Gomes, Genival e Branco Mendes’,

Ela afirma que ‘na hora de passar o dinheiro o rapaz já tinha feito o levantamento do dinheiro e aguardando o pagamento’. “Que foi pago uma parte a Edmilson e uma pequena parte a Arthurzinho;

“QUE quando Arthurzinho soube que foi pago uma parte maior a Edmilson, chegou uma liminar na Secretaria de Educação proibindo o pagamento a empresa; QUE a liminar era de Arthur Cunha Lima; QUE Arthurzinho em conversa teria dito ter feito isso; QUE disse a Arthurzinho que agora ficaria mais difícil, pois não vai receber o restante; QUE Arthurzinho disse que tinha dívida e estava na véspera da eleição, não vai receber porque daqui que resolva isso, vai entrar para a Câmara, plenária…;”, relata.

A delatora relata que ‘Arthur Cunha Lima confessou que essa liminar saiu por causa disso’ e que ‘tem umas histórias que os deputados contaram que Arthur Cunha Lima tinha um vídeo e iria no Ministério Público denunciar e tudo mais’.

Estadão