Trump surta e promete vitória contra “socialistas”
Foto: SAUL LOEB / AFP/
“Em novembro, vamos vencer os democratas socialistas radicais”, prometeu na noite desta quinta-feira o presidente americano, Donald Trump, para uma multidão no estado de Iowa, onde seus adversários democratas começarão na segunda-feira o processo para escolher o candidato do partido à disputa presidencial.
Em Des Moines, capital do estado agrícola que tem um papel crucial nas primárias democratas, o presidente denunciou a “loucura” da esquerda radical e zombou de seus possíveis adversários.
— Ganharemos o grande estado de Iowa; se não ganharmos, será um pesadelo para a produção agrícola! — disse, enquanto uma multidão gritava “USA!, USA!, USA!”.
Com gorros vermelhos para se proteger do frio, muitos partidários do presidente fizeram filas horas antes do início do comício. Algumas pessoas chegaram a viajar quilômetros para ver o presidente, que querem ver reeleito em 3 de novembro.
— Adoro ele — disse Linda Moon, de 72 anos. — Estou cansada de outros partidos o atacarem todo o tempo. Ele não é perfeito, mas está fazendo coisas boas pelo país.
No discurso à multidão, Trump insistiu em que fez “mais que qualquer presidente” durante seu mandato e disse que o processo de impeachment que enfrenta no Senado é uma tentativa dos democratas de “anularem” os votos da população.
Quarto presidente na História americana a enfrentar um processo de impeachment e o terceiro a ter seu caso julgado pelo Senado, Trump é acusado de abuso de poder e obstrução do Congresso. As acusações, recebidas pelo Senado na semana passada, afirmam que o presidente pressionou o governo da Ucrânia a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, potencial candidato democrata na eleição presidencial de novembro, e seu filho Hunter, que ocupou um cargo no conselho da empresa ucraniana Burisma. Entre os instrumentos de pressão, a Casa Branca suspendeu uma ajuda militar de quase US$ 400 milhões ao país europeu.
Do outro lado, a maior incerteza é sobre quem será eleito pelos democratas após uma maratona de primárias, que começa em Iowa. As próximas etapas acontecem em New Hampshire, em 11 de fevereiro, e em Nevada, em 22 de fevereiro.
As pesquisas de opinião no estado colocam os dois grandes favoritos empatados: o ex-vice-presidente Joe Biden, que representa a ala moderada do partido, e o senador independente Bernie Sanders, mais à esquerda. Atrás deles estão Pete Buttigieg e a senadora progressista Elizabeth Warren.
Segundo uma pesquisa da Universidade de Monmouth, a disputa ainda continua muito aberta, à medida que 45% dos eleitores do estado disseram que podem mudar de ideia no dia da votação.
Um a um, Trump falou sobre seus possíveis adversários. Sobre Biden, disse:
— Está tão perdido… No outro dia, Joe teve um público tão pequeno que transformaram o comício em uma mesa redonda.
A respeito de Buttigieg, assegurou que “ninguém consegue pronunciar bem seu nome”.
Em nível nacional, Biden aparece à frente de Sanders na maioria das pesquisas, mas também há levantamentos que indicam a situação contrária. Em todos os cenários, Warren fica atrás dos dois. O multimilionário Michael Bloomberg, que entrou mais tarde na disputa, está em quarto lugar.
No entanto, caso as eleições presidenciais americanas acontecessem agora e o senador Bernie Sanders fosse o candidato a disputar contra Trump, o democrata sairia vitorioso, segundo uma pesquisa encomendada pela revista Forbes.
Ao ouvir jovens de 18 a 29 anos, o levantamento mostrou que Sanders venceria o presidente com 58% contra 34%. De acordo com o fundador do instituto responsável pela pesquisa, John Zogby, a situação é similar às diferenças de voto que o ex-presidente Barack Obama teve nas duas vezes em que foi eleito.
Para tentar convencer os democratas a irem às urnas, o ex-presidente Barack Obama está viajando pelo estado, dizendo que é preciso combater quem ameaça “a identidade deste país”.