PMs rejeitam proposta do governo do Ceará

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Foto: João Dijorge/Agência O Globo

Os policiais militares e bombeiros do Ceará recusaram, na noite da quinta-feira, o acordo proposto pelo governador do Ceará , Camilo Santana (PT), para encerrar as paralisações da categoria, cuja reivindicação é por aumento salarial. A decisão foi tomadao após representantes dos agentes terem se reunido com uma comissão de senadores no 18º Batalhão da Polícia Militar, em Fortaleza . O motim, assim, está mantido. Nesta sexta, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o “bicho vai pegar” com o envio das Forças Armadas para reforçar a segurança do estado durante a paralisação.

O governo estadual propõe aos policiais um aumento dos R$ 3,2 mil atuais para R$ 4,5 mil, cujo valor seria aumentado progressivamente até 2022. Os grevistas, no entanto, querem que o aumento seja integralmente estabelecido neste ano. A informação é do G1.

Segundo o ex-deputado federal Cabo Sabino, representante dos policiais, o governo estadual informou que os agentes amotinados que já tiverem sido identificados não terão anistia e quem estiver respondendo Inquérito Policial Militar não terá a investigação cancelada.

A Constituição Federal estabelece que militares não têm dirieto a sindicalização e a greve. A restrição compreende também policiais militares e bombeiros militares, por serem “instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina”.

Na manhã da quinta-feira, o Ministério da Justiça e Segurança Pública atendeu a uma solicitação do governo do Ceará e enviou 120 policiais da Força Nacional para Fortaleza. O ministro Sergio Moro publicou uma portaria com a autorização para o emprego da Força Nacional de Segurança Pública no estado por 30 dias “em razão de movimento paredista por parte das polícias estaduais do Ceará”.

A decisão foi tomada logo após o senador Cid Gomes (PDT-CE) ser baleado ao tentar desobstruir, com uma retroescavadeira, uma barreira feita por policiais amotinados, em Sobral. O episódio se tornou o ápice do movimento que ocorre desde dezembro.

Já o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) permitindo o emprego das Forças Armadas no Ceará foi publicado numa edição extra do Diário Oficial da União na tarde desta quinta-feira. Os militares vão poder atuar até o dia 28 de fevereiro, período que abrange o Carnaval. De acordo com Bolsonaro, a situação no estado é de “guerra urbana” . Entre 6h de quarta e 6h de quinta-feira, houve 29 assassinatos , contra uma média de seis homicídios por dia no restante do ano.

— O pessoal que está cometendo delitos, crimes nessas regiões, onde, por um motivo qualquer, por um motivo justo, estão indo as Forças Armadas para lá, tem que entender que o pessoal verde está chegando e o bicho vai pegar — disse Bolsonaro, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

O Globo