Bolsonaro diz que continuará estimulando contágio

Destaque, Todos os posts, Últimas notícias

 

Bolsonaro, em sua entrevista habitual à imprensa na porta do Palácio da Alvorada afirmou, textualmente, que “não irá se calar” e que continuará estimulando a população a burlar o isolamento e afirmou ter “vontade” de emitir um “decreto” permitindo que comércio e demais empresas, além de trabalhadores informais, voltem às suas atividades normais.

“Eu estou com vontade, tenho como fazer, estou com vontade: baixar um decreto amanhã. Toda e qualquer profissão, legalmente, existente ou aquela que é voltada para a informalidade, se for necessária para o sustento dos seus filhos, levar o leite dos seus filhos, arroz e feijão para sua casa, vai poder trabalhar — disse Bolsonaro. — Me deu um insight, me deu uma ideia aqui agora e falei que estou pensando em fazer um decreto desses, para ver se cabe. Acho que ajuda um decreto desses. O cara vai cortar grama. Se não cortar grama, não tem dinheiro para comprar o leite, arroz e feijão para as crianças, ele vai cortar grama”

Bolsonaro também afirmou que irá recorrer na Justiça de decisão de primeira instância que barrou o funcionamento de casas lotéricas. “Vai começar uma guerra de liminares”, afirmou. Além disso, ele afirma que o vídeo exortando as pessoas a burlarem a quarentena “vazou” e que a Secom faz muitos vídeos que não vão ao ar. E que esse vídeo “vazou”.
Confira, em vídeo, a manifestação do presidente da República e, em seguida, análise do Blog da Cidadania

Análise do Blog da Cidadania

A promessa de Bolsonaro de continuar sabotando inclusive medidas e recomendações do Ministério da Saúde constitui um legítimo crime de responsabilidade, punível com impedimento para o cargo de presidente sem prejuízo de imperiosa responsabilização criminal.

Bolsonaro confessou que “a Secom” é, de fato, autora do vídeo exortando as pessoas a burlarem a quarentena e que esse vídeo “vazou” por a Secom fazer muitos vídeos que não vão ao ar. Trata-se de uma confissão de que usa dinheiro público para finalidades políticas.

A promessa de Bolsonaro de emitir decreto autorizando a volta de todos às atividades normais em plena pandemia, porém, constituiria uma infração legal que tornaria imperioso o afastamento imediato de Bolsonaro do cargo.

Segundo analistas, esse afastamento pode se dar até por medida judicial, caso o Congresso não promova o afastamento em caráter preventivo por evidente surto psicótico do presidente da República.

O fato é que todas as autoridades que estão tolerando os abusos de Bolsonaro estão, elas mesmas, cometendo crimes de prevaricação e podem vir a responder criminalmente por cumplicidade com os atos ilegais do chefe do Poder Executivo Federal.