Briga de Eduardo com China é para distrair o país

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Foto: GIL COHEN-MAGEN / AFP

Os mercados hoje estão em alta, com a esperança de que as ações de combater à crise deem resultado, tanto na economia quanto na área de saúde. No mercado futuro, o índice brasileiro sobe mais de 8% na bolsa de Nova York.

Aqui no Brasil, o que acontece? O filho do presidente criou um problema com o maior parceiro comercial do país. Acusou a China de disseminar o vírus e o comparou com Chernobyl. “A culpa é da China”. O embaixador chinês exigiu desculpas, mas o chanceler Ernesto Araújo criticou a China, mostrando a subserviência de um ministro das Relações Exteriores a um deputado. Eduardo Bolsonaro fingiu pedir desculpas, disse que nunca ofendeu e que a embaixada não refutou as acusações.

Quem é a China, nesta altura dos acontecimentos, para nós? É o único país que nos ofereceu ajuda numa questão emergencial e que está sendo negociado pelo ministro da Saúde, Luiz Mandetta: o fornecimento de equipamentos hospitalares, como respiradores artificiais e máscaras, usados na prevenção e no tratamento. O brasil baixou tarifas mas não consegue importar, porque quem tem não vende.

Na área comercial, a China é nosso maior parceiro. No ano passado, o Brasil exportou US$ 65 bilhões para a China, e importou US$ 35 bi. Isso significa mandar para a China 29% de tudo o que o Brasil exporta no mundo, e 20% de tudo o que importamos.

Ontem falei com o governador do Pará, Helder Barbalho: uma das confianças dele é de que a Vale continuará produzindo. A Vale vende pra a China. Basta o país comprar mais da austrália que provoca uma crise no Pará. O agronegócio também reagiu: foi um ataque gratuito.

Hoje, em artigo no GLOBO, o jornalista Pedro Dória explicou: por que Eduardo Bolsonaro fez isso? É uma técnica da direita radical. Um truque. É para desviar a atenção. O presidente passou o tempo chamando esta crise de histeria, e isso atrasou a resposta do governo brasileiro. O objetivo é desviar o foco.

O Globo