Governo dá prazo de entrega para apenas 7,9 milhões de testes

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Foto: Agência Brasil

O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira que vai adquirir e distribuir 22,9 milhões de testes para o novo coronavírus. O prazo de entrega varia de acordo com o tipo de teste e o fornecedor. Do total, a pasta deu o prazo de entrega de 7,9 milhões. O restante ainda está em negociação.

São 14,9 milhões de testes do tipo RT-PCR, que analisam a estrutura molecular do vírus, são mais precisos, mas demoram mais para serem feitos. Deles, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) já entregou 32.576. A meta é chegar a 2 milhões até 30 de março, e mais 1 milhão em três meses. Ainda em março, serão mais 600 mil fornecidos pela Petrobras e, até abril, 1,3 milhão provenientes de empresas privadas. Os 10 milhões restantes ainda estão na fase de “compra pública em negociação”.

Há ainda 8 milhões de testes sorológicos, que analisam os anticorpos no organismo da pessoa e são mais rápidos, embora também sejam menos precisos. Segundo o Ministério da Saúde, a Fiocruz entregará 3 milhões até 30 de março. Os outros 5 milhões virão de doação de empresa privada, mas sem data definida ainda. Esses testes serão usados nos profissionais de saúde.

A pasta informou também que está elaborando um novo protocolo para a testagem dos casos em postos volantes. O objetivo é usar esses postos nas cidades com mais de 500 mil habitantes de forma a conter surtos nesses locais.

O Ministério da Saúde também quer ampliar a quantidade de unidades sentinelas – ou seja, unidades de saúde que costumam atender pessoas com problemas respiratórios e já coletam rotineiramente amostras para análise – que fazem os testes de pessoas com síndrome gripal. Irá de 168 para 500.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira — que chegou a demonstrar surpresa em coletiva passada ao ser questionado sobre orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para que os países façam testagem massiva — afirmou que o Brasil seguirá a recomendação.

— Como a OMS orientou que nos devemos testar, assim estamos fazendo. Apesar de termos considerado que poderíamos estar trabalhando com uma estratégia um pouco menos intensa, mas orientação da OMS a gente segue — disse Wanderson.

Ele também afirmou que, para cada caso positivo, é preciso fazer muito mais testes em outras pessoas.

— Para cada caso positivo, nós estamos avaliando qual o número de testes que tenho que fazer. Inicialmente é em torno de 1.000, 500, a depender da velocidade e do estágio da epidemia em cada local. Para isso, precisamos ter muitos testes, porque a compra do teste não é exatamente o número de pessoas positivas que vou ter, e sim o número de pessoas que vou testar. Muitas serão negativas ou inconclusivas, não teremos como diagnosticar — explicou o secretário.

O Globo