Protagonismo de Mandetta irrita demais ministros e Bolsonaro
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A insatisfação dentro do governo Jair Bolsonaro com Luiz Henrique Mandetta (Saúde) transbordou os limites do Palácio do Planalto. Na equipe econômica, liderada por Paulo Guedes, as aparições frequentes do encarregado da Saúde viraram motivo de queixas. O protagonismo do ministro com o coronavírus já havia despertado ciúmes do presidente e de assessores diretos, o que motivou a mudança de rotina de entrevista à imprensa com mais quatro da Esplanada nesta segunda (30).
O discurso que circula na equipe econômica é que, enquanto os outros estão trabalhando, o ministro da Saúde está na TV. Mandetta, porém, tem liderado a crise e sido ponto de apoio para governadores e prefeitos, apesar de ter se curvado, em alguns momentos, à pressão do presidente Jair Bolsonaro.
Guedes, por outro lado, é o mais cobrado. Parte do empresariado e do mundo político se frustrou nesta segunda (30) por não ouvir nenhuma medida efetiva dele para o enfrentamento da crise do coronavírus.
Sem limites Com a decisão do Supremo no fim de semana, que autoriza o governo a gastar sem o limite da lei fiscal, a expectativa era de que o ministro já tivesse algo em mãos e apresentaria imediatamente, o que não ocorreu. A amarra fiscal era o principal escudo de Guedes para evitar um eventual processo de impeachment.
O ministro da Economia vem dizendo que, embora no Rio, participou ativamente dos anúncios da semana passada.
Até hoje, o Planalto fez cinco coletivas sobre a crise do coronavírus. Em cada uma, cinco órgãos de imprensa puderam fazer perguntas. A Folha não foi selecionada nenhuma vez. A Secretaria de Comunicação do governo Jair Bolsonaro diz que faz sorteio.